quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Agostinho Loureiro ( ? / Palmela, 1851 )

Agostinho Loureiro, também designado por Agostinho José, nasceu em data e local incertos, filho de pais incógnitos; no entanto, foi criado no lugar do Escoural da freguesia da Tocha por Teodósio Loureiro e Maria Domingues, como é referido no assento de casamento com Josefa Jorge, celebrado na Capela de Nossa Senhora da Tocha em 25 de Outubro de 1826.

Casamento de Agostinho Loureiro e Josefa Jorge, meus quartos avós, 1826
Em Maio de 1832, o casal ainda se encontra na Tocha, como atesta o assento de baptismo do seu filho José; sete anos depois, porém,  a família já tem residência no lugar da Carregueira (Pinhal Novo), como comprova um registo da Paróquia de São Jorge de Sarilhos Grandes (Concelho de Montijo) referente ao  baptismo da sua filha Ana. Os documentos analisados permitem afirmar com segurança que o casal se fixou nos arredores do lugar onde futuramente nascerá o Pinhal Novo entre 1832 e 1839.
Ana, a primeira filha do casal baptizada na Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes

Agostinho José faleceu em 1851

Agostinho Loureiro faleceu no lugar de Fonte da Vaca ( Pinhal Novo ) em 1851, tendo sido sepultado no cemitério público de Palmela. O assento de óbito não menciona a sua idade nem a sua naturalidade, que permanece incerta, mas as sua origens estão certamente na região gandaresa onde cresceu. Deixou filhos menores e legou para a posteridade dois nomes que ainda hoje perduram na região: os apelidos Loureiro e Agostinho.


Nota: apesar da coexistência de dois nomes atribuídos a este antepassado, optei por escolher o nome Agostinho Loureiro para ilustrar o título desta mensagem, uma vez que é este o nome referido nos documentos paroquiais da Tocha, onde acredito que o pároco estabelecesse uma maior relação de proximidade com os seus paroquianos; longe das suas aldeias, estes antepassados eram frequentemente  mal identificados nos documentos paroquiais; por outro lado, o nome Agostinho Loureiro é o que aparece na maioria dos assentos de baptismo dos seus filhos, apesar de Agostinho José também surgir por duas vezes. Parece ter havido uma rejeição do apelido Loureiro por parte de alguns párocos, talvez por se tratar de um filho de pais incógnitos; no entanto, na sua terra natal, não houve qualquer problema na atribuição do apelido da família de acolhimento, contrariamente ao que sucedeu na terra que o recebeu. Aliás, relativamente aos ascendentes de origem gandaresa que se encontram fora das suas terras de origem, tenho observado nos registos paroquiais um certo descuido relativamente aos elementos de identificação dos mesmos, para o qual certamente também contribuía o analfabetismo e humilde condição social destes indivíduos.
De qualquer forma, tanto o apelido Loureiro, proveniente da família que acolheu o enjeitado Agostinho, como o seu próprio nome próprio, transformado em apelido pelos seus filhos, vingaram nesta região, mantendo-se até aos dias de hoje.


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Manuel Carreira ( Cadima, 1814 / ? )

Manuel Carreira nasceu em 1814 no lugar da Fervença, freguesia de Cadima, hoje pertencente ao concelho de Cantanhede.  Os seus pais foram Francisco Carreira e Rozária dos Santos. Foi neto paterno de Domingos Carreira e Caetana Maria; pela parte materna, foram seus avós José dos Santos e Helena dos Ramos.

Manuel, filho de Francisco Carreira e Rozária dos Santos, meu quarto avô
Casou com Maria Jorge em data incerta ( a certidão de casamento não foi localizada, embora alguns registos de baptismo dos filhos identifiquem Sarilhos Grandes como  local de casamento dos pais ); Com certeza, sabe-se que, em 1843, o casal já se encontrava estabelecido nesta região, provavelmente na Carregueira ou na Fonte da Vaca, como o demonstra o assento de baptismo do seu filho Manuel, ocorrido na Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes. É facto confirmado o baptismo dos primeiros filhos na Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes, enquanto o primeiro sacramento das filhas mais novas, após 1850, teve lugar na Igreja de São Pedro de Palmela. Tal acto não se prende com a mudança de domicílio da família, que terá residido desde o início em território de Palmela, mas sim com as reformas administrativas executadas pelos governos liberais. Na verdade, as fontes paroquiais comprovam que muitos dos primeiros " caramelos " estabelecidos nos lugares da Fonte da Vaca e Carregueira eram " paroquianos " ou " fregueses " da Igreja de São Jorge, muito provavelmente pela maior proximidade, uma vez que o percurso Carregueira/ Fonte da Vaca/ Palmela implicava percorrer o dobro dos kilómetros, relativamente a Sarilhos Grandes, na maioria das vezes a pé, na melhor das hipóteses de burro ou de carroça.

Ana, filha de Manuel Carreira e Maria Jorge, minha trisavó, casou com Joaquim Gaspar Caçoete
Manuel Carreira faleceu prematuramente, deixando filhos menores. Embora o seu assento de óbito permaneça desconhecido, a sua morte ocorreu seguramente antes de 1862, ano do segundo casamento da sua viúva, Maria Jorge. Existe ainda um Auto de Acção de Libelo do Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal, indicando José Jorge Clemêncio ( irmão de Maria Jorge ) como tutor dos filhos menores do casal, uma vez que Maria Jorge faleceu em 1866. Também dois dos seus filhos, Manuel e Rosa, faleceram ainda jovens. 

Manuel Carreira não terá deixado descendência varonil, uma vez que o seu único filho do sexo masculino confirmado até ao momento, Manuel, faleceu com apenas dezassete anos. Por outro lado, encontra-se documentada a residência e a morte igualmente precoce do seu irmão José Carreira no lugar da Carregueira, no entanto encontra-se por averiguar a sua descendência.

Através deste vídeo, da autoria de www.solagasta.com podemos conhecer e apreciar um pouco da terra natal de Manuel Carreira,  na atualidade.