terça-feira, 30 de junho de 2015

José Ribeiro Quendera ( Berlengas -Tocha, 1843 / Pinhal Novo - Palmela, 1905 )

José Ribeiro Quendera nasceu no lugar das Berlengas, na freguesia da Tocha, em 1843. Foi filho de Joaquim Ribeiro, natural do mesmo lugar, e de Maria de Jesus, natural da Gesteira, freguesia de Cadima. Apesar de o seu pai ser filho de pai incógnito, tudo leva a crer que a identidade do seu pai era do conhecimento público, pois o pároco que batizou José identificou José dos Santos Lourenço como avô paterno da criança . embora refira que  " não ( é ) de legítimo matrimónio "; a sua avó paterna foi Bernarda da Cruz, também natural das Berlengas. Pela parte materna, foi neto de José Gonçalves Valente e Eufémia de Jesus, da Gesteira, freguesia de Cadima

José Ribeiro Quendera, irmão da minha trisavó Luísa de Jesus

Em Outubro de 1865 já era " morador na Fonte da Vaca ", tendo sido testemunha no casamento da sua irmã, Luísa de Jesus, na Igreja Paroquial de São Pedro, em Palmela. Casou no ano seguinte, na mesma igreja, com Brígida Gomes Nogueira, natural de Cadima. No registo de casamento é referida a estranha alcunha do seu pai ( " o Quinder " ), posteriormente grafada como  Quindera ou Quendera ( atualmente a grafia mais usada é a última ), sendo adotada por alguns dos seus filhos ( outros usarão o apelido Silvério, pelo qual a avó Bernarda da Cruz também era conhecida ).

Casamento de José Ribeiro com Brígida Gomes
Em 1877, José Ribeiro Quendera é citado no Inventário de Menores realizado por óbito do seu cunhado, António Jorge Delgadinho, tendo sido convocado para o conselho de família pelo Juízo de Direito ( Tribunal ) da Comarca de Setúbal. Um desses menores, José Jorge Delgadinho, também ficou conhecido como José Quendera, alcunha / apelido que se estendeu aos seus filhos.

conselho de família, anexo ao inventário de menores relativo
aos filhos de António Jorge Delgadinho e Luísa de Jesus

Em Outubro de 1884, José Ribeiro Quendera enviuvou de Brígida Gomes, a qual faleceu cinco dias após ter dado à luz dois filhos gémeos. Pouco tempo depois, iniciou uma relação conjugal com Maria da Cruz, igualmente viúva. Precisamente um ano depois do nascimento dos gémeos, nasceu Ana, a primeira filha desta relação, que só veio a ser oficializada em 1904, e da qual nasceram outros três filhos, todos legitimados com o posterior casamento dos pais.



António, segundo filho de José Ribeiro Quendera e Maria da Cruz


José Ribeiro Quendera, proprietário, casado em segundas núpcias com Maria da Cruz, faleceu na Fonte da Vaca - Pinhal Novo, em 1905, " tendo recebido os Sacramentos da Egreja "; deixou filhos maiores e menores.

José Ribeiro Quendera faleceu em 1905 na Fonte da Vaca






terça-feira, 23 de junho de 2015

Ana de Jesus ( Tocha, 1838 / Palmela, 1905 )

Ana de Jesus nasceu no lugar das Berlengas, freguesia da Tocha, em 1838. Foi filha de Joaquim Ribeiro, natural do mesmo lugar, e de Maria de Jesus, natural da Gesteira, na freguesia de Cadima ( atualmente pertencente à freguesia de Sanguinheira ). Embora no seu registo de batismo conste o nome José dos Santos Lourenço como avô paterno, na verdade o seu pai foi filho ilegítimo, sendo o nome do avô mencionado apenas nalguns documentos paroquiais, ao passo que noutros  se afirma que Joaquim Ribeiro foi filho de pai incógnito; no entanto, através dos inúmeros registos paroquiais, deduzimos que, embora aquele fosse filho de pai incógnito, na verdade a identidade desse pai era conhecida mas não assumida pelo mesmo. Relativamente à avó paterna, sabe-se que foi Bernarda da Cruz, também conhecida por Bernarda Silvéria, igualmente natural das Berlengas, a qual faleceu com a idade aproximada de 74 anos, solteira e tendo apenas um filho,  Joaquim Ribeiro. Os avós maternos de Ana de Jesus foram José Gonçalves Valente e Eufémia de Jesus, do lugar da Gesteira.

Ana de Jesus, minha quarta avó
Ana de Jesus terá chegado ao lugar da Fonte da Vaca - Pinhal Novo ainda na década de 1850, juntamente com os pais e os irmãos, uma vez que a mãe aqui faleceu em 1859. Um ano mais tarde, em 1860, casou com José Gonçalves Amaro, na Igreja da Misericórdia de Palmela.


Casamento de Ana de Jesus e José Gonçalves Amaro, meus quartos avós

Em 1861 nasceu a sua primeira filha, Maria ( 1861 / 1938 ), vinte anos mais velha que o irmão Joaquim, nascido em 1881.

Maria, filha de Ana de Jesus, minha trisavó
Ana de Jesus faleceu em 1905 na Fonte da Vaca; deixou vários filhos, todos maiores de idade, e " foi sepultada no cemitério público de Santa Maria " da vila de Palmela.


Ana de Jesus faleceu em 1905



sábado, 13 de junho de 2015

José Agostinho ( Tocha, 1832 / Aldeia Galega do Ribatejo, 1892 )

José Agostinho nasceu no lugar do Escoural da freguesia da Tocha em 1832; foi filho de Agostinho Loureiro ( também conhecido por Agostinho José ) e de Josefa Jorge; foi neto paterno de avós incógnitos; foi neto materno de Manuel da Costa  Tabanez  e de Rosa Jorge, do Escoural. O seu padrinho foi José, filho de António da Costa das Povoeiras; a sua madrinha foi Maria, filha de Teodósio Loureiro  do Escoural.

José Agostinho, nascido na freguesia da Tocha, meu trisavô
Embora sem provas documentais, acreditamos que José Agostinho chegou a esta região muito novo, com cerca de 5 anos, uma vez que a sua irmã Ana nasceu na Carregueira ( Pinhal Novo ) em 1839.  Podemos comprovar que casou com Isabel de Oliveira no final de 1855, na Igreja de Palmela. Até ao nascimento do último filho, em 1871, o casal morou na Fonte da Vaca, o que é confirmado pelos registos de batismo dos filhos.

Casamento de José Agostinho e Isabel de Oliveira, em 1855

Apesar de viver muitos anos na Fonte da Vaca, José Agostinho faleceu no sítio da Jardia, que confina com a mesma, embora pertença ao concelho de Montijo ( antiga Aldeia Galega do Ribatejo ); nesse lugar também viveu o seu filho José e aí nasceram alguns dos seus netos e bisnetos.

Quando morreu, em 1892, era " trabalhador, viúvo de Isabel d' Oliveira "; deixou sete filhos e não fez testamento. É no seu registo de óbito que somos confrontados, pela primeira vez, com a denominação de maltês, atribuída ao seu pai, Agostinho José ou Agostinho Loureiro. Ambos os apelidos perduraram até aos nossos dias e o termo maltês revelou à posteridade a vida errante e sem dúvida árdua de Agostinho José e de muitos outros " caramelos de ir e vir ".

Registo de óbito de José Agostinho, em 1892


terça-feira, 9 de junho de 2015

Maria de Jesus ( Cadima, 1810 / Palmela, 1859 )

Maria de Jesus nasceu na Gesteira, freguesia de Cadima, em 1810; atualmente, este lugar integra a freguesia de Sanguinheira, também no concelho de Cantanhede. Foi filha de José Gonçalves Valente e de Eufémia de Jesus; foi neta paterna de Manuel Jorge Valente e de Isabel do Espírito Santo, do lugar do Grou da mesma freguesia; foi neta materna de avós incógnitos.

Assento de batismo de Maria de Jesus, minha 4ª avó
Casou com Joaquim Ribeiro, também designado por Joaquim Ribeiro Silvério e, mais tarde, nos registos paroquiais referentes aos casamentos dos filhos e aos batismos dos netos, igualmente nomeado como Joaquim Ribeiro Quendera, em Janeiro de 1832, na Igreja de Cadima.

Casamento de Joaquim Ribeiro e Maria de Jesus, em Cadima

No ano seguinte nasceu a sua primeira filha, Maria, no lugar das Berlengas da freguesia da Tocha, onde passou a morar. Maria de Jesus teve mais seis filhos, todos nascidos nas Berlengas e batizados na Igreja de Nossa Senhora da Tocha. O seu último filho, Joaquim,  nasceu em 1850.

Joaquim, último filho de Maria de Jesus
Não voltamos a ter notícias de Maria de Jesus até à data do seu falecimento, em Fevereiro de 1859, no lugar da Fonte da Vaca da freguesia de Palmela. Desta forma, concluímos que a sua chegada a esta região, na companhia do marido e dos filhos,  se fez entre 1850 e 1859

Maria de Jesus, casada com Joaquim Quendera,  faleceu em 1859

Tal como no assento de óbito de Rosa Jorge ( 1858 ), se verifica um lapso relativamente à morada da falecida, neste registo nota-se um desconhecimento no que diz respeito ao apelido de Maria de Jesus, o que não compromete de forma alguma a autenticidade do mesmo, uma vez que é identificado o nome do marido e o local da morada. Esta omissão do apelido reforça a ideia de que esta nossa antepassada se encontrava há pouco tempo na zona, uma vez que nesses anos eram extremamente vulgares as imprecisões dos dados paroquiais relativas aos " caramelos " recém-chegados à freguesia de Palmela, que os párocos ainda não conheciam bem.  Aliás, observa-se uma divergência enorme entre os registos paroquiais da região gandaresa, nos quais geralmente o pároco conhece muito bem todos os seus paroquianos e as respetivas famílias ( inclusivamente, por vezes conhece a identidade dos pais incógnitos não assumidos publicamente ) e os registos paroquais da região caramela  referentes às épocas de chegada massiva deste povo, os quais muitas vezes manifestavam descuidos, desconhecimentos e incorreções nos dados dos paroquianos. Concluindo, tudo indica que Maria de Jesus tenha chegado no âmbito da colonização posta em prática na área de Pinhal Novo por José Maria dos Santos.