sábado, 24 de outubro de 2015

Manuel Gomes Sanheiro ( Tocha, 1830 / Palmela, 1890 )

Manuel Gomes Sanheiro nasceu no lugar dos Inácios de São João da Quintã ( Tocha ) em 1830; foi filho de Joaquim Gomes Sanheiro e de Isabel Francisca, do mesmo lugar dos Inácios; foi neto paterno de Ubaldo Gomes e de Maria Gomes, do lugar do Bracial da mesma freguesia; foi neto materno de avô incógnito e de Maria Francisca, solteira do lugar da Tocha. Os seus padrinhos foram Manuel, filho de Manuel Gomes Carvalheiro, e Nossa Senhora da Tocha, representada por Maria da Cruz, mulher de António Gomes dos Inácios. Foram testemunhas o mesmo Manuel Gomes Carvalheiro e José Francisco de Andrade, " ambos deste lugar da Tocha ". Não foi meu antepassado direto mas sim irmão da minha trisavó Luísa Gomes, também conhecida por Luísa Francisca / Luísa Francisca Gomes

O nome Sanheiro  é pouco usual e poderá tratar-se de uma alcunha; o Novo Dicionário de Língua Portuguesa, de Cândido de Figueiredo ( 1813 ), atribui-lhe o significado de " nome que se dá ao marnoto ( trabalhador das salinas ), nas margens do Guadiana ", definição que é partilhada por dicionários mais recentes, podendo tratar-se de uma contração do nome salineiro; de qualquer forma, parece remeter para a palavra salinas, existentes quer na região da Gândara, quer no rio Guadiana. No entanto, não há certezas sobre a origem deste apelido.

Manuel, filho de Joaquim Gomes Sanheiro
Em Fevereiro de 1859, Manuel Gomes Sanheiro,  casou com Ana Azenha na Igreja de São Pedro, em Palmela; a partir do ano seguinte, e por um período superior a vinte anos, o casal irá ter uma numerosa descendência.

Manuel Gomes Sanheiro casou com Ana Azenha em 1859

Ana, a primeira filha do casal, nasceu em 1860

 Manuel Gomes Sanheiro foi morador no lugar de Fonte da Vaca ( presentemente, freguesia de Pinhal Novo ) onde nasceram todos os seus filhos; no entanto, alguns destes deslocaram-se, mais tarde, para a freguesia da Marateca, conforme foi testemunhado à margem dos seus assentos de baptismo. Faleceu na Fonte da vaca em 1890; segundo o seu assento de baptismo, tinha 60 anos de idade, e não 50, como é referido pelo pároco.



Manuel Gomes Sanheiro, morador da Fonte da Vaca, faleceu em 1890





domingo, 11 de outubro de 2015

Maria de Oliveira ( Tocha, 1810 / Palmela, 1863 )

A descoberta do assento de óbito de Maria de Oliveira nos Livros Paroquiais de Palmela constituiu uma verdadeira surpresa, completamente inesperada! Esta foi a primeira filha do casamento de Manuel Jorge Delgadinho ( Tocha, 1773 / Cadima, 1854 ), com Isabel de Oliveira da Rocha ( Cadima, 1787 / 1833 ). Tinha conhecimento da sua existência há algum tempo, assim como sabia da vinda dos seus filhos para esta região entre os concelhos de Palmela, Moita e Montijo. No entanto, assumi, erradamente, como agora se constata, que apenas os seus filhos teriam vindo para o sul do Tejo. Esta antepassada foi minha colateral, irmã da minha trisavó Isabel de Oliveira ( por parte paterna e materna ) e do meu trisavô António Jorge Delgadinho ( apenas por parte paterna ), que também vieram para esta região. Foi ainda irmã de José Jorge Delgadinho ( apenas por parte paterna ), igualmente chegado a estas bandas. Duas décadas de vida separavam-na dos irmãos, no entanto a sua vinda para sul, viúva e com filhos pequenos, prova, uma vez mais, a força e a união familiar, pois este quarteto de irmãos instalou-se integralmente no lugar da Fonte da Vaca ( presentemente freguesia de Pinhal Novo ), onde as suas vidas continuaram interligadas.



Maria de Oliveira nasceu na freguesia da Tocha ( Cantanhede ) a 28 de Abril de 1810; foi filha de Manuel Jorge Delgadinho e de Isabel de Oliveira; foi neta paterna de outro Manuel Jorge Delgadinho e de Mariana Jorge " deste arraial "; foi neta materna de José de Oliveira e de Isabel da Rocha, da Fervença, freguesia de Cadima. Os seus padrinhos foram  " José e Júlia, filhos do avô materno " e foram testemunhas " o dito avô e José Domingues Margarido dos Barris ( Barrins ) desta freguesia de São João da Quintã  ".

Maria foi baptizada em 1810 na Capela de Nossa Senhora da Tocha

Em Janeiro de 1831, Maria de Oliveira casou com José Francisco André, natural do lugar dos Pelichos, freguesia de Arazede, também conhecido por José Francisco Moço, d' Arcangela / d'Arcanja ( o apelido Moço terá tido como finalidade a distinção relativamente ao seu pai, que também se chamava José Francisco; Arcangela ou Arcanja, que na verdade são a variante de um único nome, terão tido origem no nome Arcangela Maria, bisavó de José Francisco; somente a origem da denominação André permanece desconhecida ), na Igreja de Cadima.

Em 1831 casou com José Francisco na Igreja de Cadima

José foi o primeiro filho de Maria de Oliveira, nascido a 8 de Maio de 1832, no lugar dos Pelichos, na freguesia de Arazede. Outros filhos nasceram, como era habitual nesses tempos, até 1843, data do último nascimento ( de gémeos ) documentado.

José, filho primogénito, baptizado na Igreja de Arazede em 1832

Manuel, nascido em 1839, igualmente baptizado em Arazede

Maria de Oliveira enviuvou em 1846 ( José Francisco faleceu no final desse ano, no lugar dos Pelichos ) quando todos os seus filhos eram menores de idade. Só voltamos a ter notícias suas aquando do seu óbito, na freguesia de Palmela, em 1863. Terá chegado entre 1846 e 1863; provavelmente, em 1859, quando o seu filho primogénito, José, casou na Igreja de Palmela, já seria moradora na freguesia de Palmela, onde a irmã Isabel de Oliveira também já vivia desde pelo menos 1854.

Maria de Oliveira, viúva de José d'Arcanja,  faleceu no lugar da Fonte da
Vaca da freguesia de Palmela ( presentemente freguesia de Pinhal Novo ),
em 1863
Para que não subsistam dúvidas sobre a identidade desta Maria de Oliveira a que se refere o  assento de óbito, que poderão surgir devido aos vários apelidos / alcunhas do marido ( André, d'Arcangela, d'Arcanja ) decidi recorrer ao Inventário de Menores constituído por morte do meu trisavô António Jorge Delgadinho, entre 1877 e 1887, de cujo Conselho Familiar fizeram parte Manuel Arcanjo e Joaquim Arcanjo, sobrinhos do falecido e filhos de Maria de Oliveira

Manuel Arcanjo e Joaquim Arcanjo são referidos no
Inventário de Menores por óbito do tio, António Jorge Delgadinho