A descoberta do assento de óbito de
Maria de Oliveira nos
Livros Paroquiais de Palmela constituiu uma verdadeira surpresa, completamente inesperada! Esta foi a primeira filha do casamento de
Manuel Jorge Delgadinho (
Tocha, 1773 /
Cadima, 1854 ), com
Isabel de Oliveira da Rocha (
Cadima, 1787 / 1833 ). Tinha conhecimento da sua existência há algum tempo, assim como sabia da vinda dos seus filhos para esta região entre os concelhos de
Palmela, Moita e
Montijo. No entanto, assumi, erradamente, como agora se constata, que apenas os seus filhos teriam vindo para o
sul do Tejo. Esta antepassada
foi minha colateral, irmã da minha trisavó
Isabel de Oliveira ( por parte paterna e materna )
e do meu trisavô
António Jorge Delgadinho ( apenas por parte paterna ), que também vieram para esta região. Foi ainda irmã de
José Jorge Delgadinho ( apenas por parte paterna ), igualmente chegado a estas bandas. Duas décadas de vida separavam-na dos irmãos, no entanto a sua vinda para sul, viúva e com filhos pequenos, prova, uma vez mais, a força e a união familiar, pois este quarteto de irmãos instalou-se integralmente no lugar da
Fonte da Vaca ( presentemente freguesia de Pinhal Novo ), onde as suas vidas continuaram interligadas.
Maria de Oliveira nasceu na freguesia da Tocha ( Cantanhede ) a 28 de Abril de 1810; foi filha de Manuel Jorge Delgadinho e de Isabel de Oliveira; foi neta paterna de outro Manuel Jorge Delgadinho e de Mariana Jorge " deste arraial "; foi neta materna de José de Oliveira e de Isabel da Rocha, da Fervença, freguesia de Cadima. Os seus padrinhos foram " José e Júlia, filhos do avô materno " e foram testemunhas " o dito avô e José Domingues Margarido dos Barris ( Barrins ) desta freguesia de São João da Quintã ".
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Maria foi baptizada em 1810 na Capela de Nossa Senhora da Tocha |
Em Janeiro de 1831, Maria de Oliveira casou com José Francisco André, natural do lugar dos Pelichos, freguesia de Arazede, também conhecido por José Francisco Moço, d' Arcangela / d'Arcanja ( o apelido Moço terá tido como finalidade a distinção relativamente ao seu pai, que também se chamava José Francisco; Arcangela ou Arcanja, que na verdade são a variante de um único nome, terão tido origem no nome Arcangela Maria, bisavó de José Francisco; somente a origem da denominação André permanece desconhecida ), na Igreja de Cadima.
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Em 1831 casou com José Francisco na Igreja de Cadima |
José foi o primeiro filho de Maria de Oliveira, nascido a 8 de Maio de 1832, no lugar dos Pelichos, na freguesia de Arazede. Outros filhos nasceram, como era habitual nesses tempos, até 1843, data do último nascimento ( de gémeos ) documentado.
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José, filho primogénito, baptizado na Igreja de Arazede em 1832 |
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Manuel, nascido em 1839, igualmente baptizado em Arazede |
Maria de Oliveira enviuvou em
1846 (
José Francisco faleceu no final desse ano, no lugar dos
Pelichos )
quando todos os seus filhos eram menores de idade. Só voltamos a ter notícias suas aquando do seu óbito, na
freguesia de Palmela, em
1863. Terá chegado entre
1846 e
1863; provavelmente, em
1859, quando o seu filho primogénito,
José, casou na Igreja de Palmela, já seria moradora na
freguesia de Palmela, onde a irmã
Isabel de Oliveira também já vivia desde pelo menos
1854.
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Maria de Oliveira, viúva de José d'Arcanja, faleceu no lugar da Fonte da
Vaca da freguesia de Palmela ( presentemente freguesia de Pinhal Novo ),
em 1863 |
Para que não subsistam dúvidas sobre a identidade desta Maria de Oliveira a que se refere o assento de óbito, que poderão surgir devido aos vários apelidos / alcunhas do marido ( André, d'Arcangela, d'Arcanja ) decidi recorrer ao Inventário de Menores constituído por morte do meu trisavô António Jorge Delgadinho, entre 1877 e 1887, de cujo Conselho Familiar fizeram parte Manuel Arcanjo e Joaquim Arcanjo, sobrinhos do falecido e filhos de Maria de Oliveira.
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Manuel Arcanjo e Joaquim Arcanjo são referidos no
Inventário de Menores por óbito do tio, António Jorge Delgadinho |