quinta-feira, 26 de março de 2015

Maria Jorge ( Arazede, 1821 / Palmela, 1866 )

Maria Jorge nasceu no lugar dos Pelicanos da freguesia de Arazede ( concelho de Montemor-o-Velho ) em 1821; foi filha de Jorge Mendes, também designado por Jorge Clemêncio e de outra Maria Jorge; foi neta de avós paternos incógnitos e teve como avós maternos José Simões e outra Maria Jorge, do mesmo lugar dos Pelicanos.

Maria Jorge, minha quarta avó, nascida em 1821, no lugar dos Pelicanos

Desconhece-se a data de chegada aos arredores do Pinhal Novo, porém sabe-se que veio acompanhada pelos pais ( pelo menos pela mãe ) e irmãos, um dos quais faleceu em 1845 no lugar da Fonte da Vaca.

Permanece desconhecido o registo de casamento de Maria Jorge com Manuel Carreira,  ( assim como vários outros registos de matrimónios contraídos na mesma época na Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes ), no entanto os filhos que teve com Manuel Carreira nasceram entre 1843 e 1854, os primeiros foram baptizados na Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes e os últimos na Igreja de São Pedro de Palmela.

Maria Jorge enviuvou de Manuel Carreira em data imprecisa ( no entanto, o inventário orfanológico decorrente da sua morte indica o ano de 1861 como data de falecimento do marido ), tendo contraído matrimónio com Joaquim Simões Cantante, em 1862. Deste casamento resultou um filho, que nasceu em 1864.

Matrimónio de Joaquim Simões Cantante, solteiro, e Maria Jorge, viúva
Manuel, filho de Joaquim Simões Cantante e Maria Jorge

Maria Jorge faleceu em 1866, no sítio da Carregueira, " tendo recebido os Sacramentos da Santa Igreja ". Os seus filhos menores ficaram a cargo do seu irmão, José Jorge Clemêncio, segundo um Auto de Acção de Libelo do Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal.

terça-feira, 17 de março de 2015

António Gomes Nogueira de Faria ( Arazede, 1837 / Palmela, 1905 )

António Gomes Nogueira de Faria nasceu em 1837 no lugar dos Bizarros, freguesia de Arazede, presentemente concelho de Montemor-o-Velho;  os seus pais foram António Teixeira de Faria e Isabel Gomes Nogueira; certamente acompanhando os pais e irmãos, chegou ao território compreendido entre a Moita, Sarilhos Grandes e o espaço onde nascerá o Pinhal Novo com tenra idade, uma vez que em 1842 foi baptizado o seu irmão José, na Igreja Paroquial de Sarilhos Grandes.


António casou com  Luísa Francisca, também referida como Luísa Gomes,  na Igreja Paroquial de São Pedro de Palmela no dia 9 de maio de 1859. Curiosamente, o seu irmão Manuel contraiu matrimónio no mesmo dia e na mesma Igreja. Porém, e contrariamente ao seu irmão, António adotou os apelidos maternos Gomes Nogueira, os quais, após um percurso atribulado ao longo de duas gerações, chegaram ao tempo presente. 

António Gomes Nogueira e Luísa Francisca casaram em 1859
António Gomes Nogueira de Faria, inicialmente referido como trabalhador agrícola e posteriormente como fazendeiro,  foi morador em vários lugares da freguesia de São Pedro de Palmela; se por ocasião do batismo do primeiro filho, em 1860, o casal reside no lugar da Carregueira, já em 1862, o registo referente a outro filho declara que a família é moradora no Pinhal Novo; por fim, quando faleceu, em 1905, era morador no sítio dos Arraiados, onde deixou uma vasta descendência.

António Gomes Nogueira de Faria, meu trisavô, faleceu em 1905


quinta-feira, 12 de março de 2015

Maria Ribeira ( Mira, 1805 / Moita, 1882 )

Maria Ribeira nasceu em 1805 no lugar de Portomar da freguesia de São Tomé de Mira; foi filha de José de Almeida e de Francisca Ribeira, moradores no referido lugar; neta paterna de Jerónimo de Almeida e de Isabel Domingues, do mesmo lugar; neta materna de Manuel Ribeiro e Maria Francisca, moradores no lugar do Seixo de Cima da mesma freguesia.

Fonte: openclipart.org
Maria, filha de José de Almeida e Isabel Domingues
















Casou com Jacinto dos Santos em Novembro de 1826 na Igreja Paroquial de São Tomé de Mira, a mesma onde os seus primeiros filhos viriam a receber o primeiro sacramento. O último registo paroquial desta Igreja envolvendo o seu nome refere-se ao ano de 1834 e trata-se do assento de baptismo do seu filho João.

Posteriormente, só encontraremos o seu nome nos registos paroquiais da Moita e, mais tarde, por ocasião da morte do marido, nos inventários do Tribunal Judicial da Comarca do Montijo. Assim, sabemos que em 1838, Maria Ribeira já se encontrava a viver no lugar dos Brejos da freguesia da Moita, dado comprovado por dois assentos paroquiais separados por apenas por três meses; em Março nasceu António, no entanto, em Junho faleceu Manuel, o primogénito,  com apenas dez anos de idade.

Baptismo de António, nascido a 27 de Março de 1838
Outros filhos nasceram, um dos quais baptizado com o nome do irmão, Manuel; a alcunha Botas, por vezes mencionada nos registos e proveniente do pai e avô paterno de Maria Ribeira, foi transmitida para a posteridade através da sua descendência. Maria Ribeira teve uma vida longa, tendo falecido em 1882, com quase noventa anos, o que era raro na época.

Maria Ribeira, minha quarta avó, faleceu em 1882, com 87 anos

Nota: optei por manter o apelido " Ribeira " no género feminino, uma vez que assim se usava  na época e ainda hoje se ouve nos meios rurais.









quarta-feira, 11 de março de 2015

Jacinto dos Santos ( Mira, 1803 / Moita, 1873 )


Fonte: openclipart.org
Jacinto dos Santos nasceu em 1803 no lugar da Presa de Cima, na freguesia de São Tomé de Mira, à data pertencente à Diocese de Aveiro. Foi filho legítimo de Domingos dos Santos e de Isabel dos Santos / Isabel de Miranda (1) ; neto paterno de José Domingues e de Josefa dos Santos; neto materno de Bernardo de Miranda e de Maria dos Santos / Maria de Miranda (1), todos naturais da  mesma freguesia.

Jacinto, filho de Domingos dos Santos e de Isabel dos Santos

Em Novembro de 1826, Jacinto dos Santos casou com Maria Ribeira, natural do lugar de Portomar da mesma freguesia, na Igreja Paroquial de São Tomé de Mira. O seu nome é referido nos registos de baptismo dos seus primeiros quatro filhos, todos nascidos no referido lugar entre 1828 e 1834. A partir deste último ano, deixa de haver referências ao casal nos registos paroquiais desta freguesia.

João, filho de Jacinto dos Santos e Maria Ribeira, nascido em 1834, em Mira
Quatro anos depois, em 1838, o nome de Jacinto dos Santos é referido em dois registos paroquiais da freguesia da Moita, que o dão como morador no lugar dos Brejos: em Abril, o baptismo do filho António e, apenas dois meses depois, o óbito de Manuel, o filho primogénito do casal. A partir da análise destes dados, conclui-se que o casal se deslocou de Mira para a Moita entre 1834 e 1838, trazendo consigo quatro filhos menores e gerando outros, que vieram a nascer na região.
   
Jacinto dos Santos faleceu em 1873 na freguesia de Nossa Senhora da Boa Viagem da Moita, tendo deixado sete filhos; foi sepultado no cemitério público da Moita e integra-se no único ramo dos meus antepassados que se fixou na freguesia da Moita. No registo do seu óbito é designado como
" trabalhador ", o que significa que não possuiria terras próprias, no entanto existe um Inventário Obrigatório do Tribunal Judicial da Comarca do Montijo em seu nome, datado de 1874, poucos meses após a sua morte, o qual ainda não tive a oportunidade de consultar, por não se encontrar digitalizado. Apesar de o apelido Santos ter sido usado pelos seus filhos varões, frequentemente era acompanhado por uma alcunha proveniente da família da sua mulher  ( Botas ), a qual chegou até aos nossos dias. O seu filho, Manuel dos Santos Botas, nascido após a morte do seu homónimo, foi meu trisavô.

Jacinto dos Santos, meu quarto avô,  faleceu em 1873, na freguesia da Moita


     Nota 1: A mãe e a avó materna de Jacinto dos Santos ora são designadas pelo apelido Santos, ora são denominadas pelo apelido Miranda, nos numerosos registos paroquiais analisados.
     

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Agostinho Loureiro ( ? / Palmela, 1851 )

Agostinho Loureiro, também designado por Agostinho José, nasceu em data e local incertos, filho de pais incógnitos; no entanto, foi criado no lugar do Escoural da freguesia da Tocha por Teodósio Loureiro e Maria Domingues, como é referido no assento de casamento com Josefa Jorge, celebrado na Capela de Nossa Senhora da Tocha em 25 de Outubro de 1826.

Casamento de Agostinho Loureiro e Josefa Jorge, meus quartos avós, 1826
Em Maio de 1832, o casal ainda se encontra na Tocha, como atesta o assento de baptismo do seu filho José; sete anos depois, porém,  a família já tem residência no lugar da Carregueira (Pinhal Novo), como comprova um registo da Paróquia de São Jorge de Sarilhos Grandes (Concelho de Montijo) referente ao  baptismo da sua filha Ana. Os documentos analisados permitem afirmar com segurança que o casal se fixou nos arredores do lugar onde futuramente nascerá o Pinhal Novo entre 1832 e 1839.
Ana, a primeira filha do casal baptizada na Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes

Agostinho José faleceu em 1851

Agostinho Loureiro faleceu no lugar de Fonte da Vaca ( Pinhal Novo ) em 1851, tendo sido sepultado no cemitério público de Palmela. O assento de óbito não menciona a sua idade nem a sua naturalidade, que permanece incerta, mas as sua origens estão certamente na região gandaresa onde cresceu. Deixou filhos menores e legou para a posteridade dois nomes que ainda hoje perduram na região: os apelidos Loureiro e Agostinho.


Nota: apesar da coexistência de dois nomes atribuídos a este antepassado, optei por escolher o nome Agostinho Loureiro para ilustrar o título desta mensagem, uma vez que é este o nome referido nos documentos paroquiais da Tocha, onde acredito que o pároco estabelecesse uma maior relação de proximidade com os seus paroquianos; longe das suas aldeias, estes antepassados eram frequentemente  mal identificados nos documentos paroquiais; por outro lado, o nome Agostinho Loureiro é o que aparece na maioria dos assentos de baptismo dos seus filhos, apesar de Agostinho José também surgir por duas vezes. Parece ter havido uma rejeição do apelido Loureiro por parte de alguns párocos, talvez por se tratar de um filho de pais incógnitos; no entanto, na sua terra natal, não houve qualquer problema na atribuição do apelido da família de acolhimento, contrariamente ao que sucedeu na terra que o recebeu. Aliás, relativamente aos ascendentes de origem gandaresa que se encontram fora das suas terras de origem, tenho observado nos registos paroquiais um certo descuido relativamente aos elementos de identificação dos mesmos, para o qual certamente também contribuía o analfabetismo e humilde condição social destes indivíduos.
De qualquer forma, tanto o apelido Loureiro, proveniente da família que acolheu o enjeitado Agostinho, como o seu próprio nome próprio, transformado em apelido pelos seus filhos, vingaram nesta região, mantendo-se até aos dias de hoje.


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Manuel Carreira ( Cadima, 1814 / ? )

Manuel Carreira nasceu em 1814 no lugar da Fervença, freguesia de Cadima, hoje pertencente ao concelho de Cantanhede.  Os seus pais foram Francisco Carreira e Rozária dos Santos. Foi neto paterno de Domingos Carreira e Caetana Maria; pela parte materna, foram seus avós José dos Santos e Helena dos Ramos.

Manuel, filho de Francisco Carreira e Rozária dos Santos, meu quarto avô
Casou com Maria Jorge em data incerta ( a certidão de casamento não foi localizada, embora alguns registos de baptismo dos filhos identifiquem Sarilhos Grandes como  local de casamento dos pais ); Com certeza, sabe-se que, em 1843, o casal já se encontrava estabelecido nesta região, provavelmente na Carregueira ou na Fonte da Vaca, como o demonstra o assento de baptismo do seu filho Manuel, ocorrido na Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes. É facto confirmado o baptismo dos primeiros filhos na Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes, enquanto o primeiro sacramento das filhas mais novas, após 1850, teve lugar na Igreja de São Pedro de Palmela. Tal acto não se prende com a mudança de domicílio da família, que terá residido desde o início em território de Palmela, mas sim com as reformas administrativas executadas pelos governos liberais. Na verdade, as fontes paroquiais comprovam que muitos dos primeiros " caramelos " estabelecidos nos lugares da Fonte da Vaca e Carregueira eram " paroquianos " ou " fregueses " da Igreja de São Jorge, muito provavelmente pela maior proximidade, uma vez que o percurso Carregueira/ Fonte da Vaca/ Palmela implicava percorrer o dobro dos kilómetros, relativamente a Sarilhos Grandes, na maioria das vezes a pé, na melhor das hipóteses de burro ou de carroça.

Ana, filha de Manuel Carreira e Maria Jorge, minha trisavó, casou com Joaquim Gaspar Caçoete
Manuel Carreira faleceu prematuramente, deixando filhos menores. Embora o seu assento de óbito permaneça desconhecido, a sua morte ocorreu seguramente antes de 1862, ano do segundo casamento da sua viúva, Maria Jorge. Existe ainda um Auto de Acção de Libelo do Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal, indicando José Jorge Clemêncio ( irmão de Maria Jorge ) como tutor dos filhos menores do casal, uma vez que Maria Jorge faleceu em 1866. Também dois dos seus filhos, Manuel e Rosa, faleceram ainda jovens. 

Manuel Carreira não terá deixado descendência varonil, uma vez que o seu único filho do sexo masculino confirmado até ao momento, Manuel, faleceu com apenas dezassete anos. Por outro lado, encontra-se documentada a residência e a morte igualmente precoce do seu irmão José Carreira no lugar da Carregueira, no entanto encontra-se por averiguar a sua descendência.

Através deste vídeo, da autoria de www.solagasta.com podemos conhecer e apreciar um pouco da terra natal de Manuel Carreira,  na atualidade.







sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Isabel Gomes Nogueira ( Cadima, 1805 / Palmela, 1881 )

     Isabel Gomes Nogueira nasceu no lugar dos Carreiros da freguesia de Cadima ( atualmente freguesia de Sanguinheira, concelho de Cantanhede ) em 1805, filha de Joaquim Mendes e Teresa Gomes. Foi neta paterna de Manuel Mendes e Maria Rosa e materna de Manuel Nogueira e Maria Gomes.
Isabel, filha de Joaquim Mendes e Teresa Gomes
     Após o casamento com António Teixeira de Faria na Igreja de Nossa Senhora do Ó de Cadima ( 27 de Novembro de 1830 ), mudou-se para a freguesia vizinha de Arazede, onde nasceram os seus primeiros três filhos, Manuel, que faleceu, um segundo Manuel e António. Outros três filhos nasceriam já na região sul, José, Rosa e Maria ( permanecendo o assento de batismo desta última filha desconhecido ). Os documentos comprovam que em 1842 Isabel Gomes Nogueira se encontrava nos arredores de Sarilhos Grandes, em cuja igreja foram batizados pelo menos dois dos seus filhos. Muito provavelmente, o casal morava na Carregueira ( na atual freguesia de Pinhal Novo ), lugar referido como morada de António Teixeira de Faria num assento de batismo de uma criança da qual foi padrinho, datado de 1843.

     Isabel Gomes Nogueira faleceu em 1881 " no sítio da Cascalheira desta freguesia de São Pedro e santa Maria da vila de Palmela " ( atualmente, este local corresponde ao extremo sul da vila de Pinhal Novo ), " tendo recebido os sacramentos da Santa Madre Igreja ".

Isabel Gomes Nogueira foi minha quarta avó

Nota: as freguesias referidas no título correspondem à organização administrativa da época, que nem sempre é a atual, uma vez que o ordenamento do território sofreu profundas alterações ao longo dos tempos. No entanto, sempre que possível, será feito o enquadramento atual dos locais referidos.