domingo, 26 de abril de 2015

Rosa Jorge ( Tocha, 1813 / Palmela, 1858 )

Rosa Jorge nasceu em 1813 no lugar das Berlengas, freguesia da Tocha; foi filha de José Rodrigues Azenha e Joaquina Jorge; neta paterna de Francisco Rodrigues Azenha e de Maria de Oliveira, das Berlengas; neta materna de Amaro Jorge e de Maria Jorge, da Caniceira " todos da freguesia de São João Baptista da Quintã ( Tocha ) Izento do Real Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra ".

Rosa, minha quinta avó
Casou com Manuel Gonçalves Amaro em 28 de Janeiro de 1835 na Igreja de Nossa Senhora da Tocha. No final desse mesmo ano, nasceu o seu primeiro filho, ao qual se seguiram outros seis, no espaço de doze anos, ou seja, até ao final de 1847. Nesse mesmo período temporal, faleceram pelo menos duas dessas crianças. 

Casamento com Manuel Gonçalves Amaro
Em Janeiro de 1855, ficou viúva. Três anos e cinco meses depois,em Junho de 1858,  faleceu na Fonte da Vaca, freguesia de São Pedro de Palmela, a mais de duzentos kilómetros da sua terra natal. É legítimo afirmar que Rosa Jorge chegou ao território correspondente à futura freguesia de Pinhal Novo  acompanhada dos seus filhos. Aliás, o seu filho primogénito, com o mesmo nome do pai, Manuel Gonçalves Amaro, contraiu casamento em Junho de 1857 na Igreja de Santa Maria e São Pedro de Palmela; também o segundo filho, José Gonçalves Amaro, casou no mesmo local mas três anos depois.

Rosa Jorge, viúva de Manuel Gonçalves Amaro, moradora na Fonte da Vaca;
o equívoco na morada poderá ser consequência da sua condição de recém-chegada. 

Podemos assim concluir que Rosa Jorge migrou para a região de Pinhal Novo entre 1855 e 1857, num período de tempo caracterizado pela conjugação de vários factores importantes, como o casamento de José Maria dos Santos com Maria Cândida Ferreira Braga S. Romão, em 1857, a colonização destas terras pelo mesmo e ainda o início da construção do primeiro troço dos caminhos de ferro do sul, entre o Barreiro e Vendas Novas, com passagem  no Pinhal Novo, cuja exploração pública foi iniciada em 1861






quinta-feira, 16 de abril de 2015

António Jorge Delgadinho ( Cadima, 1839 / Lisboa, 1877 )

António Jorge Delgadinho, também conhecido por António Vilão ( a alcunha vilão/viloa encontra-se associada a esta família desde o século XVIII, )nasceu no lugar da Fervença, freguesia de Cadima ( concelho de Cantanhede ) em 1839; foi filho do segundo matrimónio de Manuel Jorge Delgadinho e do primeiro de Maria da Costa ( também identificada por Maria Cardosa ), ambos naturais da freguesia de São João Baptista, Tocha; foi neto paterno de Manuel Jorge Delgadinho e Mariana Jorge, do lugar da Tocha; pela parte materna, foi neto de Manuel Cardoso e Sebastiana da Costa, dos Catarinões da freguesia da Tocha.

António Jorge Delgadinho, meu trisavô,  nascido em 1839
Ficou orfão muito cedo: a mãe faleceu em 1850 e o pai em 1854, na Fervença. Em 1865, contraiu matrimónio com Luisa de Jesus, na Igreja Paroquial de Palmela, sendo morador no lugar da Fonte da Vaca. É muito provável que já vivesse nesta região há algum tempo, uma vez que as migrações em grupos familiares eram frequentes e as suas irmãs já se encontravam nesta região na década anterior: Isabel de Oliveira ( casou em 1854 com Manuel Rodrigues Meão, do qual enviuvou, e em 1855 com José Agostinho, em Palmela ); Ana da Costa ( casou  em 1859 com António Azenha em Palmela ). Verifica-se ainda a existência de um outro irmão, José Jorge Delgadinho ( casou com Maria Jorge em 1871, em Palmela ).

António Jorge Delgadinho e Luisa de Jesus, em 1865.

À data da sua morte, António Jorge Delgadinho era rendeiro de José Maria dos Santos, ao qual pagava de renda 6.000 réis anuais; faleceu em 1877 no Hospital Real de São José, em Lisboa, deixando 5 filhos menores, as benfeitorias de uma fazenda, na sesmaria da Venda do Alcaide, uma casa de adobe em mau estado, um jumento preto e uma dívida de 72.000 réis

Letra no valor de 72.000 réis, em nome de António Vilão, fazendeiro, morador no sítio do Espinhaço de Cão

No inventário de menores por óbito de António Jorge Delgadinho  foram incluídas as alcunhas do casal: Vilão e Quendera



















sexta-feira, 3 de abril de 2015

Isabel de Oliveira ( Cadima, 1829 / Montijo, 1886 )

Isabel de Oliveira nasceu em 1829 no lugar de Fervença, freguesia de Cadima ( concelho de Cantanhede ), filha de Manuel Jorge Delgadinho e Isabel da Rocha; foi neta paterna de outro Manuel Jorge Delgadinho e de Mariana Jorge, naturais da freguesia da Tocha; pela parte materna, foi neta de José de Oliveira e de Isabel da Rocha, da Fervença. Aos quatro anos ficou orfã de mãe, tendo o seu pai casado novamente um ano depois.

Isabel, minha trisavó, nascida em 1829 na Fervença
Em 1854 casou com Manuel Rodrigues Mião, natural da freguesia de São Mamede de Quiaios, na Igreja Paroquial de São Pedro de Palmela, tendo enviuvado pouco tempo depois, sem se constatar a existência de filhos fruto desse matrimónio. No final do ano de 1855, Isabel de Oliveira contraiu matrimónio com José Agostinho, na mesma Igreja Paroquial de Palmela. Nos documentos seguintes, podemos observar o registo do primeiro casamento à esquerda e o referente ao segundo matrimónio à direita, separados por apenas 18 meses.



Isabel de Oliveira viveu no lugar de Fonte da Vaca durante muitos anos, dado comprovado pelos sucessivos registos paroquiais, desde o seu primeiro matrimónio até ao batismo do último filho, ocorrido em 1871; aí nasceram os seus oito filhos, todos batizados em Palmela; no entanto, ao falecer, em 1886, era moradora no sítio da Jardia ( localidade do concelho de Montijo que confina com o concelho de Palmela, nomeadamente com a Fonte da Vaca, existindo laços culturais e familiares fortes entre as suas populações ) e onde ainda hoje permanecem alguns dos seus descendentes. Existe um Inventário Obrigatório do Tribunal Judicial da Comarca do Montijo subsequente à sua morte.

Isabel de Oliveira faleceu em 1886



quinta-feira, 26 de março de 2015

Maria Jorge ( Arazede, 1821 / Palmela, 1866 )

Maria Jorge nasceu no lugar dos Pelicanos da freguesia de Arazede ( concelho de Montemor-o-Velho ) em 1821; foi filha de Jorge Mendes, também designado por Jorge Clemêncio e de outra Maria Jorge; foi neta de avós paternos incógnitos e teve como avós maternos José Simões e outra Maria Jorge, do mesmo lugar dos Pelicanos.

Maria Jorge, minha quarta avó, nascida em 1821, no lugar dos Pelicanos

Desconhece-se a data de chegada aos arredores do Pinhal Novo, porém sabe-se que veio acompanhada pelos pais ( pelo menos pela mãe ) e irmãos, um dos quais faleceu em 1845 no lugar da Fonte da Vaca.

Permanece desconhecido o registo de casamento de Maria Jorge com Manuel Carreira,  ( assim como vários outros registos de matrimónios contraídos na mesma época na Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes ), no entanto os filhos que teve com Manuel Carreira nasceram entre 1843 e 1854, os primeiros foram baptizados na Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes e os últimos na Igreja de São Pedro de Palmela.

Maria Jorge enviuvou de Manuel Carreira em data imprecisa ( no entanto, o inventário orfanológico decorrente da sua morte indica o ano de 1861 como data de falecimento do marido ), tendo contraído matrimónio com Joaquim Simões Cantante, em 1862. Deste casamento resultou um filho, que nasceu em 1864.

Matrimónio de Joaquim Simões Cantante, solteiro, e Maria Jorge, viúva
Manuel, filho de Joaquim Simões Cantante e Maria Jorge

Maria Jorge faleceu em 1866, no sítio da Carregueira, " tendo recebido os Sacramentos da Santa Igreja ". Os seus filhos menores ficaram a cargo do seu irmão, José Jorge Clemêncio, segundo um Auto de Acção de Libelo do Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal.

terça-feira, 17 de março de 2015

António Gomes Nogueira de Faria ( Arazede, 1837 / Palmela, 1905 )

António Gomes Nogueira de Faria nasceu em 1837 no lugar dos Bizarros, freguesia de Arazede, presentemente concelho de Montemor-o-Velho;  os seus pais foram António Teixeira de Faria e Isabel Gomes Nogueira; certamente acompanhando os pais e irmãos, chegou ao território compreendido entre a Moita, Sarilhos Grandes e o espaço onde nascerá o Pinhal Novo com tenra idade, uma vez que em 1842 foi baptizado o seu irmão José, na Igreja Paroquial de Sarilhos Grandes.


António casou com  Luísa Francisca, também referida como Luísa Gomes,  na Igreja Paroquial de São Pedro de Palmela no dia 9 de maio de 1859. Curiosamente, o seu irmão Manuel contraiu matrimónio no mesmo dia e na mesma Igreja. Porém, e contrariamente ao seu irmão, António adotou os apelidos maternos Gomes Nogueira, os quais, após um percurso atribulado ao longo de duas gerações, chegaram ao tempo presente. 

António Gomes Nogueira e Luísa Francisca casaram em 1859
António Gomes Nogueira de Faria, inicialmente referido como trabalhador agrícola e posteriormente como fazendeiro,  foi morador em vários lugares da freguesia de São Pedro de Palmela; se por ocasião do batismo do primeiro filho, em 1860, o casal reside no lugar da Carregueira, já em 1862, o registo referente a outro filho declara que a família é moradora no Pinhal Novo; por fim, quando faleceu, em 1905, era morador no sítio dos Arraiados, onde deixou uma vasta descendência.

António Gomes Nogueira de Faria, meu trisavô, faleceu em 1905


quinta-feira, 12 de março de 2015

Maria Ribeira ( Mira, 1805 / Moita, 1882 )

Maria Ribeira nasceu em 1805 no lugar de Portomar da freguesia de São Tomé de Mira; foi filha de José de Almeida e de Francisca Ribeira, moradores no referido lugar; neta paterna de Jerónimo de Almeida e de Isabel Domingues, do mesmo lugar; neta materna de Manuel Ribeiro e Maria Francisca, moradores no lugar do Seixo de Cima da mesma freguesia.

Fonte: openclipart.org
Maria, filha de José de Almeida e Isabel Domingues
















Casou com Jacinto dos Santos em Novembro de 1826 na Igreja Paroquial de São Tomé de Mira, a mesma onde os seus primeiros filhos viriam a receber o primeiro sacramento. O último registo paroquial desta Igreja envolvendo o seu nome refere-se ao ano de 1834 e trata-se do assento de baptismo do seu filho João.

Posteriormente, só encontraremos o seu nome nos registos paroquiais da Moita e, mais tarde, por ocasião da morte do marido, nos inventários do Tribunal Judicial da Comarca do Montijo. Assim, sabemos que em 1838, Maria Ribeira já se encontrava a viver no lugar dos Brejos da freguesia da Moita, dado comprovado por dois assentos paroquiais separados por apenas por três meses; em Março nasceu António, no entanto, em Junho faleceu Manuel, o primogénito,  com apenas dez anos de idade.

Baptismo de António, nascido a 27 de Março de 1838
Outros filhos nasceram, um dos quais baptizado com o nome do irmão, Manuel; a alcunha Botas, por vezes mencionada nos registos e proveniente do pai e avô paterno de Maria Ribeira, foi transmitida para a posteridade através da sua descendência. Maria Ribeira teve uma vida longa, tendo falecido em 1882, com quase noventa anos, o que era raro na época.

Maria Ribeira, minha quarta avó, faleceu em 1882, com 87 anos

Nota: optei por manter o apelido " Ribeira " no género feminino, uma vez que assim se usava  na época e ainda hoje se ouve nos meios rurais.









quarta-feira, 11 de março de 2015

Jacinto dos Santos ( Mira, 1803 / Moita, 1873 )


Fonte: openclipart.org
Jacinto dos Santos nasceu em 1803 no lugar da Presa de Cima, na freguesia de São Tomé de Mira, à data pertencente à Diocese de Aveiro. Foi filho legítimo de Domingos dos Santos e de Isabel dos Santos / Isabel de Miranda (1) ; neto paterno de José Domingues e de Josefa dos Santos; neto materno de Bernardo de Miranda e de Maria dos Santos / Maria de Miranda (1), todos naturais da  mesma freguesia.

Jacinto, filho de Domingos dos Santos e de Isabel dos Santos

Em Novembro de 1826, Jacinto dos Santos casou com Maria Ribeira, natural do lugar de Portomar da mesma freguesia, na Igreja Paroquial de São Tomé de Mira. O seu nome é referido nos registos de baptismo dos seus primeiros quatro filhos, todos nascidos no referido lugar entre 1828 e 1834. A partir deste último ano, deixa de haver referências ao casal nos registos paroquiais desta freguesia.

João, filho de Jacinto dos Santos e Maria Ribeira, nascido em 1834, em Mira
Quatro anos depois, em 1838, o nome de Jacinto dos Santos é referido em dois registos paroquiais da freguesia da Moita, que o dão como morador no lugar dos Brejos: em Abril, o baptismo do filho António e, apenas dois meses depois, o óbito de Manuel, o filho primogénito do casal. A partir da análise destes dados, conclui-se que o casal se deslocou de Mira para a Moita entre 1834 e 1838, trazendo consigo quatro filhos menores e gerando outros, que vieram a nascer na região.
   
Jacinto dos Santos faleceu em 1873 na freguesia de Nossa Senhora da Boa Viagem da Moita, tendo deixado sete filhos; foi sepultado no cemitério público da Moita e integra-se no único ramo dos meus antepassados que se fixou na freguesia da Moita. No registo do seu óbito é designado como
" trabalhador ", o que significa que não possuiria terras próprias, no entanto existe um Inventário Obrigatório do Tribunal Judicial da Comarca do Montijo em seu nome, datado de 1874, poucos meses após a sua morte, o qual ainda não tive a oportunidade de consultar, por não se encontrar digitalizado. Apesar de o apelido Santos ter sido usado pelos seus filhos varões, frequentemente era acompanhado por uma alcunha proveniente da família da sua mulher  ( Botas ), a qual chegou até aos nossos dias. O seu filho, Manuel dos Santos Botas, nascido após a morte do seu homónimo, foi meu trisavô.

Jacinto dos Santos, meu quarto avô,  faleceu em 1873, na freguesia da Moita


     Nota 1: A mãe e a avó materna de Jacinto dos Santos ora são designadas pelo apelido Santos, ora são denominadas pelo apelido Miranda, nos numerosos registos paroquiais analisados.