sábado, 31 de dezembro de 2016

Maria Jorge ( Escoural - Tocha, 1827 / Fonte da Vaca - Palmela, 1868 )


Esta é a terceira Maria Jorge com que me deparo nas minhas buscas pelos antepassados Caramelos; embora não seja minha ascendente direta, pois é irmã do meu trisavô José Agostinho, muitos dos seus descendentes fazem parte da minha família e amigos, o que motivou o meu interesse pela elaboração desta biografia.


Maria Jorge nasceu aos nove dias do mês de Julho de 1827 no lugar do Escoural da freguesia de São João da Quintã ( Tocha ), Izento do Real Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra; foi filha legítima de Agostinho Loureiro e de Josefa Jorge; foi neta paterna de avós incógnitos e materna de Manuel da Costa Tabanês e de Rosa Jorge. Foi seu padrinho Maurício, filho de António da Costa das Povoeiras desta freguesia; a sua madrinha foi Maria, filha de Teodósio Loureiro ( em casa do qual quem Agostinho Loureiro cresceu ), do Escoural desta freguesia.

Maria, nascida em 1827 na freguesia da Tocha
Maria Jorge terá chegado à freguesia de Palmela muito jovem, uma vez que em 1839 a sua irmã Ana, nascida no lugar da Carregueira, foi batizada na Igreja Paroquial de São Jorge de Sarilhos Grandes, sinal de que a família já se tinha fixado nesta região.


Em Novembro de 1849, sendo ainda solteira, foi mãe de uma criança do sexo feminino, batizada em perigo de vida pelo Reverendo da Igreja Paroquial de Sarilhos Grandes, que lhe pôs os " santos óleos " aos seis dias de Janeiro do ano seguinte. Esta menina, batizada com o nome de Maria, foi filha de pai incógnito mas reconhecida mais tarde como filha de José Berto ( ou José Bértolo ), que casaria com a sua mãe nesse mesmo ano de 1850.

Maria, filha ilegítima de Maria Jorge, que veio a casar com José Jorge Delgadinho,
irmão do meu trisavô António Jorge Delgadinho

Aos sete dias do mês de Agosto de 1850, José Berto ( apelido igualmente também grafado como Bartholo, Bértholo e Bértolo), natural da freguesia de Arazede, concelho de Montemor-o-Velho, filho de Manuel Gomes Bartholo e de Maria da Cruz casou  com Maria Jorge; foram testemunhas deste matrimónio Joaquim Cabete, viúvo, morador na freguesia de Sarilhos Grandes, e Manuel Cantante, solteiro, morador na Quinta do Afonsoeiro, freguesia de Aldeagalega.


Casamento de José Berto e Maria Jorge, em 1850
Apesar da convicção da existência de mais filhos de Maria Jorge e José Berto, até à data apenas encontrei registos referentes a outros três, todos na Paróquia de São Pedro de Palmela; o primeiro, José, foi batizado aos dezassete dias de Maio de 1855 na Igreja de São Pedro de Palmela e teve como padrinhos os tios maternos José Agostinho ( meu trisavô ) e Ana Jorge.


José Berto nasceu aos seis dias de Abril de 1855; veio a casar
com Ana Emília
Ana nasceu no segundo dia de Janeiro de 1857, tendo sido batizada no mês de Março do mesmo ano; teve igualmente como madrinha a tia materna Ana Jorge e o padrinho foi José Fernandes.

Ana Jorge nasceu aos dois dias de Janeiro de 1857

Finalmente, encontrei um registo do óbito de um filho recém-nascido de Maria Jorge e José Berto, sem nome mas batizado em perigo de vida,  falecido aos 23  de Dezembro de 1867, com quinze dias de idade.


Óbito do filho recém-nascido de Maria Jorge, em 1867

Maria Jorge, natural da freguesia da Tocha do Bispado de Coimbra, viúva de José Berto,  filha de Agostinho Maltez ( nome pelo qual era conhecido o pai, Agostinho Loureiro, por ter sido trabalhador maltês ) e de Josefa Jorge, faleceu aos oito dias do mês de Outubro de 1868 no lugar da Fonte da Vaca da freguesia de Palmela onde era moradora; recebeu os " Sacramentos da Santa Madre Igreja Católica Romana ", deixou filhos menores e foi sepultada no Cemitério de São Pedro.



Maria Jorge faleceu em 1868, no lugar da Fonte da Vaca



sábado, 10 de dezembro de 2016

Luisa de Jesus " a Quendera " ( Berlengas - Tocha / 1840 )

     Luisa de Jesus nasceu no lugar das Berlengas da freguesia da Quintã, no dia 5 de Dezembro de 1840, tendo sido batizada aos vinte dias do mesmo mês na Igreja de Nossa Senhora da Tocha. Os seus pais foram Joaquim Ribeiro e Maria de Jesus, moradores no mesmo lugar. Foi neta, pelo lado paterno, de José dos Santos Lourenço ( avô ilegítimo ) e Bernarda da Cruz, do mesmo lugar das Berlengas; foi neta, pelo lado materno, de José Gonçalves Valente e Eufémia de Jesus, do lugar da Gesteira, freguesia de Cadima deste mesmo Bispado de Coimbra.

Luisa, minha trisavó, nascida na Tocha em 1840

     Luisa de Jesus chegou ao lugar da Fonte da Vaca, na freguesia de Palmela, ainda jovem; aos dezasseis dias do mês de Novembro de 1865, pouco antes de completar 25 anos, contraiu matrimónio com António Jorge Delgadinho na Igreja de São Pedro de Palmela; os padrinhos do enlace foram António Azenha, cunhado do noivo, e José Ribeiro Quendera, irmão da noiva.


Casamento de Luisa de Jesus com António Jorge Delgadinho, em 1865

     Precisamente um ano depois, no dia 16 de Novembro de 1866. nasceu e faleceu, com apenas uma hora de vida, o seu primeiro filho, ao qual foi dado o nome de Manuel

Manuel, primogénito de Luisa de Jesus, faleceu
com apenas uma hora de vida

     No entanto, entre 1868 e 1876, Luisa de Jesus foi mãe de pelo menos cinco filhos, os quais atingiram a idade adulta e tiveram descendência: Maria de Jesus Quendera ( 1867 ), a única que herdou o apelido Quendera, casou com Manuel Luis da Silva e viveu na Jardia ( concelho de Montijo ); Joaquina de Jesus ( 1871 ) casou com João Lázaro, com o qual viveu na Lagoa do Calvo ( concelho de Palmela ); Manuel Jorge Delgadinho ( 1872 ) casou com Maria Domingues ( Rilhó ), tendo-se fixado na na zona do Forninho / Poceirão ( concelho de Palmela ); Emília de Jesus ( 1875 ) casou com Francisco Branco Pagaime, com o qual viveu na zona do Terrim ( concelho de Palmela ); finalmente, o benjamim, José Jorge Delgadinho ( 1876 ), o meu bisavô, casou uma primeira vez com Ana dos Santos, a qual faleceu precocemente, e posteriormente com Perpétua de Jesus, tendo falecido na casa onde nasceu, no lugar da Fonte da Vaca, num lugar que já se chamou Lagoa da Palha e também tem a designação toponímica de Espinhaço de Cão.

Maria, nascida em 1868
Manuel, nascido em 1872

José, nascido em 1876

     Em Agosto de 1877, Luisa de Jesus enviuvou de António Jorge Delgadinho, que faleceu precocemente e em circunstâncias desconhecidas no Hospital  Real de São José, em Lisboa, deixando-a com cinco filhos pequenos e uma dívida de 72.000 réis, que lhe custaram a perda das benfeitorias de uma fazenda que tinha arrendada a José Maria dos Santos. O Processo relativo ao Inventário de Menores só terá terminado em 1887 e é através dele que ficamos a saber que Luisa de Jesus, a Quendéra, casara no ano anterior com Francisco Marques Piedade, o Catalão, estando o casal a viver na Estrada do Cascalho.


Informação de 24 de Fevereiro de 1887, incluída no Inventário de Menores,
segundo a qual a inventariante Luisa de Jesus, a Quendéra, contraíra
matrimónio em segundas núpcias com Francisco Marques Piedade,
 o Catalão, e residem na Estrada do Cascalho.


     O casamento com Francisco Marques Piedade, de alcunha o Catalão, ocorreu no dia 16 de Março de 1885, na Igreja de São Pedro e Santa Maria da Vila de Palmela; foram testemunhas deste enlace José Maria Ribeiro, trabalhador agrícola, e José Maria Galamba, sapateiro, ambos casados e moradores no sítio do Pinhal Novo desta freguesia. Embora não tenha certezas quanto à localização do local de residência do casal, na Estrada do Cascalho, é muito provável que se trate de um topónimo que hoje se denomina Estrada do Alto do Cascalho, situado na freguesia de Pinhal Novo.


Aos 16 dias do mês de Março de 1885 Luisa de Jesus, viúva de António
Jorge Delgadinho, casou com Francisco Marques Piedade, viúvo de Adelaide Rosa

Localização provável da morada do casal Francisco Marques Piedade
e Luisa de Jesus

     Surpreendentemente, descobri há pouco que Luisa de Jesus, a Quendera, enviuvou uma segunda vez, tendo ainda casado uma terceira vez. De facto, aos 24 dias do mês de Outubro de 1892,  Luisa de Jesus, viúva de Francisco Marques Piedade Catalão, falecido no Hospital de Setúbal em Abril de 1890, contraiu matrimónio, com José Maria Branco, filho de Manuel Branco Pagaime e Henriqueta de Miranda, também ele viúvo e com filhos menores. Foram testemunhas desta união o irmão da noiva, José Ribeiro Quindera, viúvo, proprietário e morador no sítio da Fonte da Vaca, e António dos Santos, casado, trabalhador, morador no sítio da Carregueira.


Casamento de José Maria Branco e Luisa de Jesus

Desconheço, para já, quanto tempo durou este matrimónio e a data do falecimento desta trisavó com uma vida tão difícil, no entanto sabe-se que aos 5 dias do mês de Novembro de 1894, Luisa de Jesus consentiu o matrimónio da sua filha Emília de Jesus, ainda menor ( 19 anos ) com Francisco Branco Pagaime.

Apesar de desconhecer o final de vida desta mulher, deduz-se que terá sido uma força da natureza que lutou corajosamente contra uma existência recheada de atribulações. 





sábado, 13 de agosto de 2016

Ana da Costa ( Fervença, 1836 / Palmela? )

Ana da Costa nasceu no lugar da Fervença, freguesia de Cadima, no dia 4 de Agosto de 1836; foi filha de Manuel Jorge Delgadinho e de Maria da Costa, da Fervença; foi neta paterna de Manuel Vilão ( alcunha da família Delgadinho, que ainda hoje existe ) e de Mariana de Barros ( também conhecida por Mariana Jorge / Mariana Francisca ), da Tocha; foi neta materna de Manuel Cardozo e Sebastiana da Costa, dos Catarinões, freguesia da Tocha; foram padrinhos Manuel Delgadinho ( provavelmente o irmão mais velho, já casado, filho do primeiro casamento do pai ) e Maria de Jesus.

Ana, filha de Manuel Jorge Delgadinho e Maria da Costa

Ana da Costa casou com António Azenha no dia 18 de Julho de 1859 na Igreja de São Pedro de Palmela; o assento de casamento informa que a noiva " foi dezobrigada "( cumpriu a confissão anual ) nesta freguesia na última Quaresma mas nas anteriores o fez na freguesia de Cadima, o que nos permite datar a sua chegada a estas terras durante o ano de 1858. Somos também informados que os pais da noiva eram " ambos já fallecidos ".



Ana da Costa casou com António Azenha em 1859

Ana da Costa viveu no lugar da Fonte da Vaca, onde nasceram os seus filhos; António, nascido em 1864, teve como padrinhos os tios maternos, António Jorge Delgadinho ( meu trisavô ) e Isabel d'Oliveira ( igualmente minha trisavó ).



Ana da Costa enviuvou por volta de 1883 / 1884; embora não tenha encontrado o assento de óbito de António Azenha, a informação é confirmada pelo posterior Inventário de Menores.



Embora até à data não tenha encontrado o assento de óbito de Ana da Costa, é certo que ela no início do século XX ainda vivia na Fonte da Vaca, tendo sido madrinha de uma criança no ano de 1905.


Ana da Costa foi minha colateral, irmã de dois dos meus trisavós; chegou ao território que hoje engloba a freguesia de Pinhal Novo, onde foi rendeira de José Maria dos Santos; foi mãe de vários filhos, alguns dos quais se deslocaram posteriormente para outros lugares do distrito, nomeadamente para a freguesia de São Pedro de Marateca; o apelido Couto, alcunha do seu marido António Azenha " Couto ", foi usado pelos seus descendentes e mantém-se ainda hoje na região, assim como o apelido Azenha.





sexta-feira, 15 de abril de 2016

Manuel Teixeira de Faria ( Arazede, 1833 / Pinhal Novo - Palmela 1908 )


Manuel Teixeira de Faria nasceu em 1833 no lugar dos Bizarros, freguesia de Arazede, concelho de Montemor-o- Velho, filho de António Teixeira, natural do mesmo lugar, e de Isabel Gomes Nogueira, natural do lugar dos Carreiros da freguesia vizinha de Cadima; foi neto paterno de Manuel Teixeira, natural do mesmo lugar dos Bizarros, e de Joaquina de Oliveira, natural da freguesia de Cadima; foi neto materno de Joaquim Mendes e de Teresa Gomes, naturais da freguesia de Cadima.

Manuel Teixeira de faria não foi meu antepassado direto, mas sim colateral, irmão do meu trisavô António Gomes Nogueira de Faria.

Manuel Teixeira de faria nasceu na freguesia de Arazede em 1833

Em 1859, Manuel Teixeira de Faria casou com Maria da Silva, filha de José Carreira e Antónia da Silva, na Igreja Paroquial de São Pedro de Palmela, no mesmo dia em que casou também o irmão António Gomes Nogueira de Faria.

Manuel Teixeira de Faria casou com Maria da Silva em 1859

Manuel Teixeira de Faria faleceu em 1908, no sítio da Cascalheira, no Pinhal Novo, freguesia de Palmela, tendo deixado descendência.





sexta-feira, 11 de março de 2016

Teresa da Silva ( Quiaios, 1784 / ? )

Teresa da Silva nasceu em 1784 no Casal do Camarção, na freguesia de Quiaios, lugar atualmente integrado na freguesia de Bom Sucesso, no concelho da Figueira da Foz; foi filha de Manuel de Oliveira Maluco, natural da freguesia vizinha das Alhadas, e de Eufrázia da Silva, de Quiaiosfoi neta paterna de José de Oliveira Maluco e de Maria Jorge, das Alhadas; foi neta materna de Manuel da Cunha Caceiro e de Teresa da Silva, também das Alhadas.



Teresa da Silva, minha quinta avó, nasceu em 1784


Teresa da Silva casou em 1805 com José Jorge na Igreja Paroquial de Quiaios, onde nasceu a sua filha Maria, três anos mais tarde. Após algum tempo sem indícios desta antepassada, encontramo-la na Moita, onde é batizada a sua filha Antónia, em 1815. Nesta mesma freguesia nasceram ainda Mariana ( 1817 ), Ana ( 1819 ) e, finalmente, Francisca, minha quarta avó, em 1821.


Francisca, minha quarta avó, futura esposa de João Gaspar Caçoete

Continua por descobrir a data e o local de óbito de Teresa da Silva; a última referência  ao seu nome encontra-se no assento de óbito do seu marido, José Jorge, falecido em 1822, na Moita; as buscas pelo seu paradeiro alargaram-se aos registos paroquiais de Alhos Vedros, Sarilhos Grandes, Montijo e Palmela, sem quaisquer resultados. Persiste, no entanto, uma esperança de encontrar o registo de óbito desta minha quarta avó. Para já, o que se sabe, com toda a certeza, é que as suas filhas Maria, Antónia, Mariana e Francisca ( Ana faleceu em criança ) viveram e formaram família no território que integra a atual freguesia de Pinhal Novo.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

António de Miranda ( Tocha, 1762 / Palmela, 1825 )

António de Miranda foi baptizado na Capela de Nossa Senhora da Tocha aos dezoito dias de Abril de 1762, com pouco mais de uma semana de vida; foi filho de Manuel Jorge Loureiro e de Estefânia de Miranda, moradores nas Cochadas; foi neto paterno de Manuel Jorge Loureiro e de Maria da Cruz, naturais da freguesia de Cadima; foi neto materno de Manuel de Miranda, natural de Mira, e de Maria Domingues, natural da freguesia da Tocha; foi seu padrinho o tio materno, Nascimento, solteiro; teve por madrinha a tia paterna, Joaquina, igualmente solteira.

António de Miranda, meu quinto avô

Em 1789, casou com Rosária da Cruz; o primeiro filho do casal, Joaquim, foi baptizado na Capela de Nossa Senhora da Tocha, em 1790; o último de que temos conhecimento, Francisco, recebeu o sacramento do baptismo na Igreja de São Tomé, na freguesia vizinha de Mira, em 1803.

Casamento com Rosária da Cruz, em 1789

Em Setembro de 1815, no dia do matrimónio do seu filho primogénito, celebrado na Igreja da Misericórdia da vila de Coina ( concelho de Barreiro ), António de Miranda foi testemunha do casamento de José de Miranda, também natural da Tocha; a ocorrência teve lugar dois anos após a morte de Rosária da Cruz nesta mesma freguesia, podendo assim concluir-se que a família terá chegado a esta região entre 1803, ano do nascimento de Francisco, e 1813, data do falecimento da sua mãe.

Testemunho de António de Miranda, em Coina


António de Miranda, viúvo de Rosária da Cruz, faleceu repentinamente em 1825, na Carregueira, freguesia de São Pedro de Palmela, no entanto foi sepultado na Igreja Paroquial de São Jorge, em Sarilhos Grandes, à semelhança de muitos dos seus conterrâneos, moradores em território de Palmela mas geograficamente mais próximo das igrejas de  São Jorge, em Sarilhos Grandes e  de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Moita.

António de Miranda faleceu em 1825 na Carregueira,
hoje pertencente à freguesia de Pinhal Novo

O percurso de António de Miranda testemunha a presença " caramela " nesta região nos inícios do século XIX, revelando que a migração das gentes gandaresas para a região a sul do rio Tejo é um fenómeno muito mais antigo e com uma maior extensão geográfica do que frequentemente se acredita.


sábado, 14 de novembro de 2015

Rosária da Cruz ( Mira, 1770 / Coina, 1813 )

Rosária da Cruz nasceu em 1770 no lugar de Cavadas da freguesia de São Tomé de Mira; foi filha de Francisco Ribeiro de Figueiredo e de Maria da Cruz do lugar de Cavadas desta freguesia; foi neta paterna de Caetano de Figueiredo, natural de Ermida desta freguesia, e de Maria Ribeira, das Cavadas; pela parte materna, foi neta de Manuel da Cunha, do Colmeal, também nesta freguesia, e de Luísa da Cruz, natural do lugar do Pisão, freguesia de Cantanhede. Os seus padrinhos foram Manuel Marques, da Corujeira ( freguesia de Mira ) e Rosária, filha de Francisco da Costa, do Pisão ( freguesia de Cantanhede ); João Francisco e António Domingues, ambos das Cavadas, foram testemunhas do seu baptismo.


Rosária da Cruz, minha quinta avó, nasceu
em 1770, na freguesia de São Tomé de Mira

Rosária da Cruz casou com António de Miranda, na Igreja de Nossa Senhora da Tocha freguesia da Quintã Izento do real Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, em 1789.

Casamento de António de Miranda e Rosária da Cruz;
 em que o seu nome está grafado como Rosália

No ano seguinte nasceu o primeiro filho do casal, Joaquim, no lugar de Catarinões da freguesia da Tocha, onde nasceram também Manuel e Maria. Uma vez que existe um hiato temporal nos livros de baptismos da paróquia da Tocha, entre 1796 e 1805, não foram encontrados registos de outros filhos de Rosária da Cruz nesta freguesia. No entanto, na freguesia vizinha de Mira foi baptizado, em 1803, Francisco, meu quarto avô, o que significa que a família ainda se encontrava na Gândara nessa época. Não foram encontrados registos de baptismo referentes a outros filhos do casal, que se sabe terem existido.

Joaquim, filho de António de Miranda e Rosária da Cruz

Durante muito tempo, a probabilidade de encontrar o assento de óbito de Rosária da Cruz pareceu-me muito baixa ou mesmo nula, após ter procurado, sem êxito em vários livros paroquiais, quer da região gandaresa, quer da margem sul do Tejo. Contudo, nos últimos tempos, um impulso levou-me a pesquisar outros livros da região, numa busca por possíveis ligações e respostas relativamente a outros antepassados.  E, inesperadamente, encontrei a minha quinta avó, numa freguesia onde jamais imaginei que pudesse ter estado, Coina, no concelho do Barreiro

Rosária da Cruz faleceu em 1813 na freguesia de Coina ( que também foi sede de concelho até à sua extinção em 1835, tendo sido nesta data integrado no concelho de Alhos Vedros, até ao seu desaparecimento  em 1855 ), o que significa que viveria nesta região há poucos anos, visto que o seu filho Francisco, meu quarto avô, nasceu em Mira no ano de 1803. Foi sepultada na tumba da Misericórdia, tendo sido pagos 720 reis, e não os 400 inicialmente referidos no assento, como se pode verificar na emenda à margem do mesmo.

Rosária da Cruz faleceu em 1813 na freguesia de Coina

A fim de dissipar todas as dúvidas, pois o assento de óbito não refere a sua naturalidade, procurei na mesma paróquia referências a outros membros da família. E encontrei-as. De facto, Joaquim de Miranda, o filho mais velho de Rosária da Cruz, casou nesta mesma freguesia de Coina em 1815 e aí foram também baptizados vários filhos seus. Também existem referências ao seu viúvo, António de Miranda, testemunha em pelo menos um casamento.

Joaquim de Miranda, filho de António de Miranda e Rosária
 da Cruz, baptizado na freguesia de Nossa Senhora da Tocha,
 casou na Igreja da Misericórdia de Coina em 1815

Não é possível identificar o local exato onde teria vivido esta família nos seus primeiros anos nesta região, no entanto após 1825, encontramos vários filhos de Rosária da Cruz  nos livros paroquiais da Moita, Sarilhos Grandes e Palmela.