quarta-feira, 15 de julho de 2015

Maria Jorge ( Arazede, 1797 / Palmela, 1860 )

Maria Jorge nasceu no lugar dos Pelicanos, na freguesia de Arazede, em 1797; foi filha de José Simões e de outra Maria Jorge; foi neta paterna de Gonçalo Simões, do mesmo lugar, e de Maria Gomes, natural dos Barrins da freguesia de Quintã ( Tocha ); foi neta materna de Manuel Jorge Duque, do mesmo lugar dos Barrins, e de Escolástica Rodrigues, do lugar dos Pelicanos.
Maria Jorge, minha 5ª avó, nasceu em 1797
Em 1820, casou com Jorge Mendes, também conhecido por Jorge Clemêncio, filho de pais incógnitos, na Igreja de Arazede; entre os seus vários descendentes inclui-se Maria Jorge, já referida nesta página. O último filho de que temos registo foi Manuel, o qual nasceu nos Pelicanos em 1837 e faleceu em 1845 na Fonte da Vaca ( Pinhal Novo ), tendo sido sepultado em Sarilhos Grandes, pois nesse tempo os seus pais eram paroquianos da igreja dessa freguesia; estes dados permitem-nos concluir que  Maria Jorge  chegou aos arredores de Pinhal Novo entre as duas datas atrás referidas.
registo de óbito de Manuel, prematuramente falecido
Maria Jorge, viúva desde 1852, faleceu em 1860, na " Fonte da Vaca, sítio desta freguesia de São Pedro de Palmela ", hoje pertencente à freguesia de Pinhal Novo.

Maria Jorge faleceu em 1860, na Fonte da Vaca

terça-feira, 30 de junho de 2015

José Ribeiro Quendera ( Berlengas -Tocha, 1843 / Pinhal Novo - Palmela, 1905 )

José Ribeiro Quendera nasceu no lugar das Berlengas, na freguesia da Tocha, em 1843. Foi filho de Joaquim Ribeiro, natural do mesmo lugar, e de Maria de Jesus, natural da Gesteira, freguesia de Cadima. Apesar de o seu pai ser filho de pai incógnito, tudo leva a crer que a identidade do seu pai era do conhecimento público, pois o pároco que batizou José identificou José dos Santos Lourenço como avô paterno da criança . embora refira que  " não ( é ) de legítimo matrimónio "; a sua avó paterna foi Bernarda da Cruz, também natural das Berlengas. Pela parte materna, foi neto de José Gonçalves Valente e Eufémia de Jesus, da Gesteira, freguesia de Cadima

José Ribeiro Quendera, irmão da minha trisavó Luísa de Jesus

Em Outubro de 1865 já era " morador na Fonte da Vaca ", tendo sido testemunha no casamento da sua irmã, Luísa de Jesus, na Igreja Paroquial de São Pedro, em Palmela. Casou no ano seguinte, na mesma igreja, com Brígida Gomes Nogueira, natural de Cadima. No registo de casamento é referida a estranha alcunha do seu pai ( " o Quinder " ), posteriormente grafada como  Quindera ou Quendera ( atualmente a grafia mais usada é a última ), sendo adotada por alguns dos seus filhos ( outros usarão o apelido Silvério, pelo qual a avó Bernarda da Cruz também era conhecida ).

Casamento de José Ribeiro com Brígida Gomes
Em 1877, José Ribeiro Quendera é citado no Inventário de Menores realizado por óbito do seu cunhado, António Jorge Delgadinho, tendo sido convocado para o conselho de família pelo Juízo de Direito ( Tribunal ) da Comarca de Setúbal. Um desses menores, José Jorge Delgadinho, também ficou conhecido como José Quendera, alcunha / apelido que se estendeu aos seus filhos.

conselho de família, anexo ao inventário de menores relativo
aos filhos de António Jorge Delgadinho e Luísa de Jesus

Em Outubro de 1884, José Ribeiro Quendera enviuvou de Brígida Gomes, a qual faleceu cinco dias após ter dado à luz dois filhos gémeos. Pouco tempo depois, iniciou uma relação conjugal com Maria da Cruz, igualmente viúva. Precisamente um ano depois do nascimento dos gémeos, nasceu Ana, a primeira filha desta relação, que só veio a ser oficializada em 1904, e da qual nasceram outros três filhos, todos legitimados com o posterior casamento dos pais.



António, segundo filho de José Ribeiro Quendera e Maria da Cruz


José Ribeiro Quendera, proprietário, casado em segundas núpcias com Maria da Cruz, faleceu na Fonte da Vaca - Pinhal Novo, em 1905, " tendo recebido os Sacramentos da Egreja "; deixou filhos maiores e menores.

José Ribeiro Quendera faleceu em 1905 na Fonte da Vaca






terça-feira, 23 de junho de 2015

Ana de Jesus ( Tocha, 1838 / Palmela, 1905 )

Ana de Jesus nasceu no lugar das Berlengas, freguesia da Tocha, em 1838. Foi filha de Joaquim Ribeiro, natural do mesmo lugar, e de Maria de Jesus, natural da Gesteira, na freguesia de Cadima ( atualmente pertencente à freguesia de Sanguinheira ). Embora no seu registo de batismo conste o nome José dos Santos Lourenço como avô paterno, na verdade o seu pai foi filho ilegítimo, sendo o nome do avô mencionado apenas nalguns documentos paroquiais, ao passo que noutros  se afirma que Joaquim Ribeiro foi filho de pai incógnito; no entanto, através dos inúmeros registos paroquiais, deduzimos que, embora aquele fosse filho de pai incógnito, na verdade a identidade desse pai era conhecida mas não assumida pelo mesmo. Relativamente à avó paterna, sabe-se que foi Bernarda da Cruz, também conhecida por Bernarda Silvéria, igualmente natural das Berlengas, a qual faleceu com a idade aproximada de 74 anos, solteira e tendo apenas um filho,  Joaquim Ribeiro. Os avós maternos de Ana de Jesus foram José Gonçalves Valente e Eufémia de Jesus, do lugar da Gesteira.

Ana de Jesus, minha quarta avó
Ana de Jesus terá chegado ao lugar da Fonte da Vaca - Pinhal Novo ainda na década de 1850, juntamente com os pais e os irmãos, uma vez que a mãe aqui faleceu em 1859. Um ano mais tarde, em 1860, casou com José Gonçalves Amaro, na Igreja da Misericórdia de Palmela.


Casamento de Ana de Jesus e José Gonçalves Amaro, meus quartos avós

Em 1861 nasceu a sua primeira filha, Maria ( 1861 / 1938 ), vinte anos mais velha que o irmão Joaquim, nascido em 1881.

Maria, filha de Ana de Jesus, minha trisavó
Ana de Jesus faleceu em 1905 na Fonte da Vaca; deixou vários filhos, todos maiores de idade, e " foi sepultada no cemitério público de Santa Maria " da vila de Palmela.


Ana de Jesus faleceu em 1905



sábado, 13 de junho de 2015

José Agostinho ( Tocha, 1832 / Aldeia Galega do Ribatejo, 1892 )

José Agostinho nasceu no lugar do Escoural da freguesia da Tocha em 1832; foi filho de Agostinho Loureiro ( também conhecido por Agostinho José ) e de Josefa Jorge; foi neto paterno de avós incógnitos; foi neto materno de Manuel da Costa  Tabanez  e de Rosa Jorge, do Escoural. O seu padrinho foi José, filho de António da Costa das Povoeiras; a sua madrinha foi Maria, filha de Teodósio Loureiro  do Escoural.

José Agostinho, nascido na freguesia da Tocha, meu trisavô
Embora sem provas documentais, acreditamos que José Agostinho chegou a esta região muito novo, com cerca de 5 anos, uma vez que a sua irmã Ana nasceu na Carregueira ( Pinhal Novo ) em 1839.  Podemos comprovar que casou com Isabel de Oliveira no final de 1855, na Igreja de Palmela. Até ao nascimento do último filho, em 1871, o casal morou na Fonte da Vaca, o que é confirmado pelos registos de batismo dos filhos.

Casamento de José Agostinho e Isabel de Oliveira, em 1855

Apesar de viver muitos anos na Fonte da Vaca, José Agostinho faleceu no sítio da Jardia, que confina com a mesma, embora pertença ao concelho de Montijo ( antiga Aldeia Galega do Ribatejo ); nesse lugar também viveu o seu filho José e aí nasceram alguns dos seus netos e bisnetos.

Quando morreu, em 1892, era " trabalhador, viúvo de Isabel d' Oliveira "; deixou sete filhos e não fez testamento. É no seu registo de óbito que somos confrontados, pela primeira vez, com a denominação de maltês, atribuída ao seu pai, Agostinho José ou Agostinho Loureiro. Ambos os apelidos perduraram até aos nossos dias e o termo maltês revelou à posteridade a vida errante e sem dúvida árdua de Agostinho José e de muitos outros " caramelos de ir e vir ".

Registo de óbito de José Agostinho, em 1892


terça-feira, 9 de junho de 2015

Maria de Jesus ( Cadima, 1810 / Palmela, 1859 )

Maria de Jesus nasceu na Gesteira, freguesia de Cadima, em 1810; atualmente, este lugar integra a freguesia de Sanguinheira, também no concelho de Cantanhede. Foi filha de José Gonçalves Valente e de Eufémia de Jesus; foi neta paterna de Manuel Jorge Valente e de Isabel do Espírito Santo, do lugar do Grou da mesma freguesia; foi neta materna de avós incógnitos.

Assento de batismo de Maria de Jesus, minha 4ª avó
Casou com Joaquim Ribeiro, também designado por Joaquim Ribeiro Silvério e, mais tarde, nos registos paroquiais referentes aos casamentos dos filhos e aos batismos dos netos, igualmente nomeado como Joaquim Ribeiro Quendera, em Janeiro de 1832, na Igreja de Cadima.

Casamento de Joaquim Ribeiro e Maria de Jesus, em Cadima

No ano seguinte nasceu a sua primeira filha, Maria, no lugar das Berlengas da freguesia da Tocha, onde passou a morar. Maria de Jesus teve mais seis filhos, todos nascidos nas Berlengas e batizados na Igreja de Nossa Senhora da Tocha. O seu último filho, Joaquim,  nasceu em 1850.

Joaquim, último filho de Maria de Jesus
Não voltamos a ter notícias de Maria de Jesus até à data do seu falecimento, em Fevereiro de 1859, no lugar da Fonte da Vaca da freguesia de Palmela. Desta forma, concluímos que a sua chegada a esta região, na companhia do marido e dos filhos,  se fez entre 1850 e 1859

Maria de Jesus, casada com Joaquim Quendera,  faleceu em 1859

Tal como no assento de óbito de Rosa Jorge ( 1858 ), se verifica um lapso relativamente à morada da falecida, neste registo nota-se um desconhecimento no que diz respeito ao apelido de Maria de Jesus, o que não compromete de forma alguma a autenticidade do mesmo, uma vez que é identificado o nome do marido e o local da morada. Esta omissão do apelido reforça a ideia de que esta nossa antepassada se encontrava há pouco tempo na zona, uma vez que nesses anos eram extremamente vulgares as imprecisões dos dados paroquiais relativas aos " caramelos " recém-chegados à freguesia de Palmela, que os párocos ainda não conheciam bem.  Aliás, observa-se uma divergência enorme entre os registos paroquiais da região gandaresa, nos quais geralmente o pároco conhece muito bem todos os seus paroquianos e as respetivas famílias ( inclusivamente, por vezes conhece a identidade dos pais incógnitos não assumidos publicamente ) e os registos paroquais da região caramela  referentes às épocas de chegada massiva deste povo, os quais muitas vezes manifestavam descuidos, desconhecimentos e incorreções nos dados dos paroquianos. Concluindo, tudo indica que Maria de Jesus tenha chegado no âmbito da colonização posta em prática na área de Pinhal Novo por José Maria dos Santos.







quarta-feira, 27 de maio de 2015

Josefa Jorge ( Tocha, ? / Palmela, 1882 )

Josefa Jorge nasceu na freguesia da Tocha em data incerta, mas com certeza entre 1800 ( data do casamento dos seus pais ) e 1810 ( data da morte do seu pai ). A ausência de registos de batismo nesta freguesia entre 1796 e 1805 está na origem desta imprecisão dos factos. Os seus pais foram Manuel da Costa Tabanez e Rosa Jorge e, a dar crédito à sua certidão de casamento, podemos concluir que os seus avós paternos foram Manuel da Costa Tabanez e Maria Francisca, do lugar do Escoural da freguesia da Tocha; pela parte materna, foi neta de José Francisco Maricato e de outra Josefa Jorge, do lugar das Povoeiras da mesma freguesia.

Casamento de Manuel da Costa Tabanez e Rosa Jorge, em 1799
Manuel da Costa Tabanez, marido de Rosa Jorge, faleceu em 1810

A primeira referência ao nome de Josefa Jorge surge no registo do seu casamento, que ocorreu em 1826, na " Capella de Nossa Senhora da Tocha da Freguesia de Sam Joam da Quintan Izento do Rial Mosteiro de Sancta Cruz de Coimbra " , o qual identifica os seus pais como Manuel da Costa Tabanez e Rosa Jorge e refere o lugar do Escoural  como a sua morada.

Casamento de Agostinho Loureiro e Josefa Jorge, em 1826
Nove meses após o casamento, nasceu a sua primeira filha, Maria. Todavia, apenas cinco anos depois surge o assento de batismo de outro filho, José;

Maria, filha primogénita de Josefa Jorge, nasceu em 1827, na Tocha
 Este intervalo temporal entre o nascimento dos dois filhos afigura-se estranho num casal jovem, especialmente se tivermos em conta que o primeiro filho veio ao mundo nove meses após o casamento dos pais e os últimos nasceram com intervalos de tempo mais curtos. Como explicar então este espaçamento entre os nascimentos do primeiro e do segundo filho? Poder-se-ia considerar a existência de um filho nascido e batizado numa freguesia vizinha nesse período de tempo, no entanto não defendemos essa teoria, por um lado porque tanto Josefa Jorge como Agostinho Loureiro eram naturais da Tocha e tinham a família mais próxima nessa mesma freguesia; por outro, porque nas pesquisas efetuadas em freguesias próximas não foram encontradas quaisquer referências ao casal. A explicação poderá residir na ausência do marido durante longos períodos de tempo; por outras palavras, Agostinho Loureiro poderia ter-se deslocado temporariamente para as terras a sul do rio Tejo muito antes de aqui se estabelecer definitivamente com a família. Na verdade, no âmbito da nossa pesquisa, verificámos a presença de trabalhadores temporários oriundos da região gandaresa, que os párocos apelidavam frequentemente de caramelos e malteses. As provas da presença do marido de Josefa nesta região antes do final da década de 1830 são inexistentes, no entanto o epíteto de maltês atribuído a Agostinho no registo de nascimento de um neto, muitos anos após a sua morte, reforça essa hipótese.

Sem qualquer dúvida, podemos afirmar que em 1839 Josefa Jorge era moradora no lugar da Carregueira da freguesia de São Pedro de Palmela, sendo paroquiana da Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes, onde  a sua filha Ana, nascida nesse mesmo ano, foi batizada.

Ana, nascida na Carregueira, freguesia de Palmela, em 1839 
Outros três filhos de Josefa Jorge foram batizados em Sarilhos Grandes, o último deles em 1847. Em suma, entre o Escoural a e a Carregueira, Josefa Jorge foi mãe sete vezes, ao longo de vinte anos. A existência de um desses filhos apenas é conhecida através do respetivo registo de óbito, tendo falecido na Fonte da Vaca um mês e meio após o nascimento do irmão mais novo. 

Josefa Jorge enviuvou em Dezembro de 1851, quando alguns dos seus filhos ainda eram muito novos; em Agosto de 1853, casou com José Fernandes, solteiro e igualmente natural da freguesia da Tocha, na Igreja de Palmela. Não temos conhecimento da existência de descendência deste enlace e a idade de Josefa nesta altura já poderia ser um obstáculo para a maternidade. No entanto, este casamento foi longo, tendo durado precisamente 29 anos, até à data da sua morte.

Casamento em segundas núpcias, com José Fernandes
Josefa Jorge faleceu em 1882 " no sítio da Fonte da Vaca ", na " freguesia de São Pedro e Santa Maria de Palmela ", " tendo recebido os sacramentos da Santa Madre Igreja ". Não tinha 69 anos de idade, como refere o registo do seu óbito, mas sim mais alguns.


Josefa Jorge, minha quarta avó, faleceu em 1882







domingo, 10 de maio de 2015

Manuel de Oliveira ( Mira, 1805 / Palmela, 1886 )

Manuel de Oliveira nasceu em 1805 no lugar do Ramalheiro da freguesia de São Tomé de Mira.  Os seus pais foram Joaquim de Oliveira e Inocência de Miranda . Foi neto paterno de João de Oliveira e Jacinta Ribeira , do Seixo da referida freguesia; pela parte materna, os seus avós foram João de Andrade e Maria de Miranda , do Ramalheiro.

Manuel, meu quarto avô
Ignora-se a data de chegada de Manuel de Oliveira a esta região, no entanto esta ocorreu seguramente antes de 1838, pois em Janeiro desse mesmo ano casou com Maria de Jesus, viúva na Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Moita; no mesmo dia foi baptizado o primeiro filho do casal, José.
Casamento de Manuel de Oliveira com Maria de Jesus
Batismo de José, primeiro filho do casal
A sua segunda filha, Maria, foi também batizada na Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, no ano seguinte;  no entanto, as duas crianças mais novas do casal, Ana e Margarida, foram baptizadas na Igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes,  respetivamente em 1841 e 1846. Aliás, é no registo de batismo de Ana que surge, pela primeira vez, a referência à morada da família, no lugar do Abreu, sem contudo se especificar de que Abreu se tratava, uma vez que existiam dois lugares com o mesmo nome na mesma zona: Abreu Grande Abreu Pequeno

Manuel de Oliveira faleceu em 1886 e o registo do seu óbito esclarece definitivamente a sua morada, no Abreu Grande, lugar limítrofe da freguesia de Palmela , embora próximo da Moita, assim como de Sarilhos Grandes. Atualmente, o lugar de Abreu Grande pertence à freguesia da Moita. Ficamos também a saber que Manuel de Oliveira terminou a sua vida como mendigo.


Manuel de Oliveira, mendigo, faleceu em 1886