quarta-feira, 2 de junho de 2021

Rua da Tocha, na Urbanização Vila Paraíso, na vila de Pinhal Novo... Evocando a nossa História, preservando as memórias das origens do Povo Caramelo!                                  


                              

domingo, 14 de março de 2021

Primórdios da Diáspora Caramela ( António Marques, Mira / Azeitão, 1738 )


A diáspora do povo Gandarês para as terras a sul do Tejo iniciou-se bastante mais cedo do que muitos acreditam. Já o respeitado historiador António Antunes Matos Fortuna ( Quinta do Anjo, 31 de dezembro de 1930 - 9 de março de 2008 ) ,  referia a existência de trabalhadores caramelos vindos da Gândara na região de Azeitão nos inícios de 1700. Há alguns anos atrás debrucei-me sobre um livro de batismo de São Lourenço de Azeitão em busca dos " caramelos " do referido historiador, cuja genealogia também se cruza com a minha, mas acabei por desistir sem obter os desejados resultados, e foquei-me na pesquisa da minha própria ascendência. Mas como o mundo dá muitas voltas, ontem, enquanto esquadrinhava os meus antepassados de São Tomé de Mira, deparei-me com a notícia do óbito de António Marques,  datada de 22 de Abril de 1738,  que " faleceu andando a trabalhar em as partes de Azeitão ", o qual era marido de Ana Marques do Cabeço de Portomar e filho de João Marques do mesmo lugar. 



" Em os vinte e dous do mês de Abril de mil e sete centos e trinta e oito annos fiz três nocturnos pella alma de António Marques o novo que falleceu andando a trabalhar em as partes de Azeitão marido de Ana Marques do Cabeço de Portomar e filho de João Marques do dito lugar de que fiz este assento "


António Marques tinha falecido aos trinta dias de Janeiro do mesmo ano, como pude confirmar nos assentos paroquiais de São Lourenço de Azeitão, no entanto a notícia da sua morte só terá chegado à família quase três meses depois, numa época em as deslocações terrestres eram feitas maioritariamente a pé  mas o povo andarilho calcorreava o reino para buscar o miserável ganha-pão. Em suma, ignoro, por enquanto, se o malogrado António Marques teria ligações aos meus antepassados, no entanto deixo a sua memória para a posteridade, pois o seu óbito é a confirmação de que os caramelos já por cá andavam nesses tempos, muito antes da colonização do Pinhal Novo, considerado o epicentro das migrações caramelas.



" Em os trinta de Janeiro de mil sete centos e trinta e oyto faleceo António Marques que sendo cazado com Anna Marques da freg.ª de S. Thomé de Mira Bispado de Coimbra, e recebeo todos os sacramentos e se sepultou nesta freg.ª de que fiz este assento. "





sábado, 13 de junho de 2020

Maria dos Santos ( Fonte da Vaca - 1871 / Jardia - 1957 )



Maria dos Santos nasceu no lugar da Fonte da Vaca em 1871, filha de Manuel Simplício e Rosa dos Santos, tendo o pai nascido no mesmo sítio da Fonte da Vaca e a mãe no lugar cincunvizinho da Carregueira, atualmente pertencentes à freguesia de Pinhal Novo. Todos os seus avós eram naturais da região gandaresa, à exceção do avô paterno, Simplício José, o qual é referido nalguns documentos como exposto da Misericórdia de Coimbra, noutros da Misericórdia de Torres Novas
   Maria dos Santos casou com José Agostinho, também ele de origens gandaresas, em 1893,  morador no lugar contíguo da Jardia, na Igreja do Divino Espírito Santo da vila de Aldegalega, atual cidade de Montijo.  Foi nesse lugar  que viveu durante mais de sessenta anos, no qual foi mãe de oito filhos, um dos quais a minha avó materna. Após enviuvar, em 1935, continuou a viver no mesmo lugar, onde faleceu em 1957, com 86 anos, tendo sido sepultada no Cemitério do Montijo. Ainda hoje é recordada com muito carinho pelos seus netos.

Notícia do falecimento da minha bisavó Maria dos Santos, publicada
 num periódico local, com uma pequena incorreção na sua idade.



segunda-feira, 23 de março de 2020

Francisco Romão ( Tocha - 1823 / Fonte da Vaca, Pinhal Novo - 1892 )

Francisco Romão nasceu no dia 30 de Agosto de 1823 no lugar da Tocha, na freguesia com o mesmo nome, no concelho de Cantanhede. Foi filho de Romão Francisco e de Veríssima da Silva. Foi neto paterno de Zeferino Francisco e Maria Jorge do lugar dos Andrades da freguesia da Tocha. Pela parte materna, foi neto de Manuel Fernandes Raposeiro e de Aurélia Francisca, do lugar dos Ferrões da freguesia de Arazede.


Francisco, nascido aos 30 dias de Agosto de 1823

Aos seis dias do mês de Setembro de 1852 Francisco Romão, foi este último o apelido que adoptou, contraiu casamento com Maria dos Santos na Igreja de São Pedro de Palmela, sendo à data morador nesta freguesia. Uma das testemunhas da união foi João Romão, presumivelmente seu irmão.

Casamento com Maria dos Santos, em 1852


Sete meses após o matrimónio dos seus pais, no dia 12 de Abril de 1853, nasceu Maria, a primeira filha do casal, a qual foi batizada um mês depois na mesma Igreja onde casaram os seus progenitores.

Maria, primeira filha de Francisco Romão
e Maria dos Santos

Rita foi a segunda filha do casal e nasceu em 1855 e, à semelhança de Maria, o assento de batismo também não menciona o  seu local de nascimento, como, de resto,  era habitual nos Registos Paroquiais de Palmela por esta época.

Em 1858 nasceu, na Carregueira, Manuel, o terceiro filho de Francisco Romão, que terá falecido na infância, uma vez que mais tarde ( 1867 ) um outro filho foi batizado com o mesmo nome.

Manuel, nascido em 11 de Março de 1858


Já na década de 1860, nasceram, por ordem cronológica, Francisco ( 1860 ), Ana ( 1862), Joaquim (1865 ), Manuel ( 1867 ) e José ( 1869 ), todos no lugar da Fonte da Vaca. Este último veio a casar com Conceição Jorge, minha  ascendente colateral.

Ana, quarta filha, nascida no dia 03 de Setembro de 1862

Finalmente,  entre 1875 e 1881, nasceram os três últimos filhos deste fértil casal, em períodos de tempo bastante mais espaçados do que os irmãos;  A Luís ( 1875 ), seguiram-se Augusto ( 1877 ) e, por fim, Henrique ( 1881 ).



Francisco Romão faleceu aos nove dias de Agosto de 1892, no lugar da Fonte da Vaca da freguesia de São Pedro de Palmela, hoje freguesia de Pinhal Novo. Deixou viúva e uma numerosa prole.









segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

José de Oliveira ( Berlengas - Tocha, 1840 ) / local e data desconhecidos


José de Oliveira nasceu no lugar das Berlengas da freguesia da Tocha no dia 25 de Fevereiro de 1840, filho de António de Oliveira e Ana Gomes; foi neto paterno de Manuel de Oliveira e de Bárbara Rodrigues do dito lugar das Berlengas; pela parte materna, foi neto de José Jorge e Florência Gomes, do lugar dos Inácios da mesma freguesia.

Excerto do assento de batismo de José de Oliveira

Desconhece-se, para já, a data da chegada de José de Oliveira à zona de Palmela, mas segundo o assento do seu casamento, o nubente é " morador na Fonte da Vaca, desta freguesia, onde tem sido desobrigado ",  sugerindo que já aqui se encontrava há algum tempo, onde cumpria a sua obrigação de confissão.  Foi pois na Igreja de São Pedro de Palmela casou com Maria Ribeiro, no dia 18 de Dezembro de 1865

Excerto do assento de casamento de José de Oliveira

No dia seis de Agosto de 1866, menos de nove meses após o matrimónio, nasceu o primeiro filho do casal, Manuel.

Manuel, nascido a 06 de Agosto de 1866

Nas duas décadas seguintes, a família, que continuou a morar no lugar da Fonte da Vaca da referida freguesia de Palmela, cresceu, tendo as pesquisas paroquiais revelado a existência de mais seis filhos do casal, tendo todos atingido a idade adulta, à exceção do primogénito, sobre o qual não dispomos de outros dados documentais à exceção do assento de batismo.

Joaquina, nascida a 02 de Agosto de 1876
Francisco, apesar de ter sido o filho mais novo de José de Oliveira, foi aquele que inspirou a escrita deste pequeno relato, em virtude dos laços familiares, de amizade e vizinhança entre a autora deste texto e os seus descendentes. Foi a partir de conversas informais que surgiu o objetivo de pesquisar as origens de José de Oliveira, nomeadamente as afirmações de um neto, que declarou que o avô seria natural do norte de Portugal. A convicção de que seria originário da região gandaresa, que faz parte da Zona Centro de Portugal, foi um estímulo fundamental para esta pesquisa.

Francisco, nascido em 1890
Desconhecem-se, por enquanto, a data e o local da morte de José de Oliveira, que aquando do nascimento de Francisco, era morador no sítio da Fonte da Vaca, que integra presentemente a freguesia de Pinhal Novo.





terça-feira, 20 de agosto de 2019

Segunda-feira, 19 de Agosto de 2019

José Alves Delgado ( Caniceira - Tocha, 1806 ) / Terrim - Pinhal Novo, 1883 )


José Alves Delgado nasceu no lugar da Caniceira da freguesia da Tocha no dia 26 de Dezembro de 1806, filho de Francisco Jorge Delgadinho e de Isabel Jorge; foi neto paterno de Álvaro Francisco Delgadinho e de Josefa Marques Valente, da Caniceira; os avós maternos foram Amaro Jorge e Maria Jorge, também do lugar da Caniceira.

José Alves Delgado nasceu na freguesia da Tocha

Aos 14 dias de Novembro de 1835, José Alves Delgado contraiu casamento com Ana de Miranda na Igreja do Espírito Santo da Vila de Aldeia Galega do Ribatejo.

Casamento com Ana de Miranda em Aldeia Galega

O casal teve doze filhos, batizados nas Igrejas da Moita, Sarilhos Grandes e Palmela, tendo a mais velha supostamente nascido na Tocha, como consta num assento posterior efetuado na Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem.

Ana, filha de José Alves Delgado e Ana de Miranda, batizada
Igreja de nossa senhora da Boa Viagem, na Moita, em 1847
José, filho de José Alves Delgado e Ana de Miranda, batizado
na Igreja da Moita em 1849

Rosa, filha de José Alves Delgado e Ana de Miranda, batizada
na Igreja de São Pedro de Palmela em 1856.


José Alves Delgado faleceu no lugar do Terrim  aos 25 dias de Dezembro de 1883, tendo deixado vasta descendência na região de Pinhal Novo.  Um dos seus filhos, também José Alves Delgado, casou com uma colateral minha, filha de Manuel Teixeira de Faria. Além disso, os seus pais, Francisco Jorge Delgadinho e Isabel Jorge, são sétimos avós da minha filha, pelo ramo paterno.


José Alves Delgado faleceu a 25 de Dezembro de 1883






quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Luisa Francisca Gomes ( Inácios -Tocha, 1836 / Local desconhecido, 1892 )

Luísa Francisca Gomes, também conhecida por Luísa Gomes Sanheiro, nasceu no lugar dos Inácios da freguesia de Nossa Senhora da Tocha ( Coimbra ) aos doze dias do mês de Julho de 1836, filha de Joaquim Gomes e Isabel Francisca; foi neta paterna de Ubaldo Gomes e Maria Gomes, do referido lugar dos Inácios; neta materna de avô incógnito e de Maria Francisca, solteira da Tocha. Foi batizada na Igreja de Nossa Senhora da Tocha aos vinte e quatro dias do mesmo mês e foram seus padrinhos Manuel, filho de Manuel Jorge Cheirozo dos Inácios e Maria, filha de Manuel de Almeida da Queixada da Rapoza.


Luisa Gomes Sanheiro, minha trisavó, nasceu na freguesia da Tocha

Luísa Gomes Sanheiro chegou à freguesia de Palmela  ( Setúbal ) na década de 1850, juntamente com a mãe e os irmãos, após o falecimento do pai, em 1855, na freguesia da Tocha. Aos nove dias do mês de Maio de 1859 casou com António Gomes Nogueira de Faria, na Igreja Paroquial de são Pedro de Palmela.

Luísa Francisca casou com António Gomes Nogueira em 1859

No ano seguinte, nasceu Manuel, o primeiro filho de Luísa Gomes, cujo assento de batismo revela que os pais eram moradores no lugar da Carregueira da freguesia de São Pedro de Palmela.

Manuel, primeiro filho de Luísa Gomes, nascido em 1860

O assento de batismo de Jacinto, segundo filho de Luísa Gomes, nascido em 1862, designa o Pinhal Novo como local de morada da família.

José nasceu em 1864 e faleceu em 1876

José, que teve o triste destino de morrer com apenas doze anos, foi o filho que se seguiu, tendo nascido em 1864 e falecido em 1876.

Assento de batismo de José

Assento de óbito de José

O meu bisavô Joaquim Nogueira de Faria foi o quarto filho de Luísa Gomes, tendo nascido aos seis dias do mês de Setembro de 1867 no lugar da Cascalheira ( Pinhal Novo ).

Joaquim Nogueira de Faria, meu bisavô, nascido em 1867

Após esta data, Luísa Gomes teve outros cinco filhos ( embora não descarte a existência de outros, os referidos aqui são apenas aqueles cuja existência posso comprovar documentalmente ). Assim, aos treze dias de Setembro de 1871, a mãe do meu bisavô Joaquim Nogueira de Faria deu à luz António e, no mês Janeiro de 1874, duas crianças gémeas do sexo feminino, uma das quais faleceu poucos dias depois, ainda sem nome. A gémea sobrevivente foi batizada com o nome de Maria no mês de Abril seguinte, tendo casado com o nome de Maria Francisca Gomes.

Óbito de recém-nascido do sexo feminino,
filha de António Faria e Luísa Francisca






Aos onze dias do mês de Julho de 1876Luísa Gomes foi mãe de mais uma criança de sexo masculino, que nasceu menos de mês antes da morte do seu irmão José Nogueira de Faria e veio a ser batizado posteriormente com o mesmo nome.



Finalmente, aos dezanove dias do mês de Novembro de 1878 nasceu Joaquina, a qual penso ter sido a última filha de Luísa Gomes e em cujo assento de batismo a sua mãe aparece pela primeira vez identificada como Luísa Sanheira; foi também a única filha nascida no lugar dos Arraiados, onde permanecem muitos descendentes desta família.


Joaquina, nascida a 19 de Novembro de 1878

Apesar de não ser conhecido, até à data, o assento de óbito de Luísa Francisca Gomes, também conhecida por Luísa Gomes Sanheiro ou Luísa Sanheira, existe no Arquivo Distrital de Setúbal um Inventário Obrigatório, no qual o seu nome é titular e referente ao ano de 1892, o que sugere que a sua morte ocorreu nesta altura, uma vez que o marido António Gomes Nogueira de Faria faleceu em 1905, no estado de viúvo.